
O suspeito de ter matado dois funcionários da embaixada israelense na área externa de um museu judaico em Washington D.C., capital dos Estados Unidos, foi acusado de assassinato, segundo documentos judiciais apresentados nesta quinta-feira (22).
Elias Rodriguez, de 30 anos, recebeu duas acusações de assassinato, além de assassinato de funcionários estrangeiros e posse de arma ilegal.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu afirmou estar "chocado" com o "horrível e antissemita" assassinato de dois funcionários da embaixada israelense.
"Estamos testemunhando o terrível preço do antissemitismo e da selvagem incitação contra Israel", disse o premier, em nota.
Netanyahu afirmou ainda ter orientado as missões israelenses no Exterior a reforçar o aparato de segurança.
Quem eram as vítimas
O casal Yaron Lischinsky, 30 anos, e Sarah Milgram, 26, foi morto durante ataque na noite de quarta-feira (21). Os dois eram funcionários da embaixada de Israel nos Estados Unidos e foram atingidos enquanto deixavam um evento no Museu Judaico.
De acordo com o embaixador de Israel nos Estados Unidos, Yechiel Leiter, o casal planejava oficializar o noivado na próxima semana, em Jerusalém.
— O jovem havia comprado um anel para pedir sua namorada em casamento na próxima semana em Jerusalém — disse Leiter.
No mesmo dia, mais cedo, o exército israelense havia reconhecido ter efetuado "disparos de advertência" durante visita de diplomatas estrangeiros na Cisjordânia.
Sarah nasceu nos Estados Unidos e era funcionária do Departamento de Diplomacia Pública e chegou a conduzir pesquisas sobre teoria da construção da paz, com ênfase em iniciativas de base em Israel e Palestina.
Já Lischinsky era um israelense nascido na Alemanha e assistente de pesquisa na embaixada.
Ambos atuavam como funcionários diplomáticos e participavam de eventos ligados à comunidade judaica nos Estados Unidos.
— Eles eram jovens, promissores e profundamente comprometidos com o trabalho diplomático e humanitário — afirmou o diplomata Yechiel Leiter.

Nas redes sociais, a embaixada divulgou uma nota de pesar:
"Toda a equipe da embaixada está desolada e devastada pelo assassinato. Não há palavras para expressar a profundidade de nossa dor e horror diante dessa perda devastadora".
Atentado
Os tiros foram disparados na calçada, em frente ao Museu Judaico de Washington, no que autoridades israelenses descreveram como um ato de antissemitismo. O atirador foi detido e identificado. De acordo com a polícia, ele gritou "Palestina livre" enquanto estava sob custódia.
O homem foi visto caminhando do lado de fora do museu. A polícia informou que ele tentou entrar no evento que ocorria no local, mas foi barrado pelos seguranças.
O alvo do ataque seria uma recepção organizada pelo museu para jovens profissionais e diplomatas credenciados em Washington.
"O American Jewish Committee confirma que organizou um evento no Museu Judaico de Washington esta noite", afirmou em um comunicado o presidente do comitê, Ted Deutch. "Estamos devastados com um ato de violência indescritível que ocorreu em frente ao local".