
Pela primeira vez desde o início da guerra, Rússia e Ucrânia realizaram uma troca de prisioneiros nesta sexta-feira (23). Cada um dos países liberou 390 pessoas, totalizando 780 entre militares e civis.
A Rússia confirmou que recebeu 270 militares e 120 civis após o acordo com a Ucrânia, anunciado em 16 de maio. Na ocasião, foi realizada uma reunião entre membros das duas nações em Istambul, na Turquia, pela primeira vez desde 2022, um mês após o início do conflito.
O Ministério da Defesa russo fez o anúncio por meio do Telegram. "270 militares russos e 120 civis (...) foram devolvidos. Em troca, 270 prisioneiros de guerra do exército ucraniano e 120 civis foram entregues", diz a mensagem.
O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, confirmou que o seu país repatriou 390 pessoas na primeira fase de uma troca de prisioneiros em larga escala com a Rússia, que durará vários dias.
"A primeira fase do acordo de troca '1.000 por 1.000' foi concluída" com a repatriação de 390 pessoas, afirmou no X. "Esperamos que a troca continue no sábado e no domingo", acrescentou Zelensky.
Ainda não há detalhes sobre como a operação foi realizada ou informações sobre os prisioneiros que foram liberados.
Reação dos Estados Unidos
Antes mesmo da confirmação oficial por autoridades de Rússia e Ucrânia, Donald Trump já havia anunciado a troca de prisioneiros. Em publicação na rede social Truth Social, o presidente dos Estados Unidos parabenizou a operação entre os dois países.
"Uma grande troca de prisioneiros acaba de ser concluída entre Rússia e Ucrânia", iniciou o republicano. Na sequência, Trump parabenizou as nações e considerou que "algo grande" pode estar por vir, sugerindo um possível acordo de cessar-fogo.
"Parabéns aos dois lados por esta negociação. Isso pode levar a algo grande?", acrescentou Trump.
Negociações
Após as negociações em Istambul, a possibilidade de uma segunda reunião é objeto de intensas especulações, embora o encontro não tenha sido confirmado formalmente.
Moscou indicou que qualquer continuidade das conversações com Kiev só poderá acontecer após a troca de prisioneiros. Inicialmente, foi informado que cada país iria libertar 1 mil prisioneiros.
Segundo Zelensky, Kiev "examina todas as possibilidades" sobre o local de uma nova reunião bilateral com os russos. O papa Leão XIV, os Estados Unidos e a Itália anunciaram a possibilidade de um encontro no Vaticano.
No entanto, o chefe da diplomacia russa, Sergey Lavrov, pareceu fechar a porta à possibilidade nesta sexta-feira. Ele afirmou que "não seria muito elegante que países ortodoxos discutissem em território católico temas relacionados a eliminar as causas profundas" (do conflito) na Ucrânia.
Ataque continuam
Na área de batalha, os ataques continuam. A Rússia informou nesta sexta-feira que derrubou 112 drones ucranianos durante a noite. Segundo os russos, os dispositivos visavam em particular a região de Moscou e perturbaram pelo terceiro dia consecutivo as operações de vários aeroportos.