
O Reino Unido anunciou, nesta terça-feira (20), a suspensão das negociações sobre um acordo de livre comércio com Israel devido à ofensiva em Gaza.
O secretário de Relações Exteriores, David Lammy, informou, ainda, que a embaixadora de Israel em Londres, Tzipi Hotovely, foi convocada ao Ministério das Relações Exteriores.
"Embora o governo do Reino Unido permaneça comprometido com o acordo comercial existente em vigor, não é possível avançar nas discussões sobre um acordo atualizado com um governo (...) que está adotando políticas flagrantes na Cisjordânia e em Gaza", disse o Ministério das Relações Exteriores britânico em um comunicado.
Os países iniciaram negociações para um acordo de livre comércio em 2022. Segundo o governo britânico, Israel era seu 44º maior parceiro comercial em 2024. Israel e Reino Unido trocaram 5,8 bilhões de libras (7,74 bilhões de dólares ou 47 bilhões de reais na cotação da época) em bens e serviços no ano passado.
O Ministério também anunciou sanções, incluindo restrições financeiras e proibições de viagens, contra colonos israelenses. Entre os sancionados estão Daniella Weiss, "líder dos colonos", e duas organizações.
O ministro britânico reiterou seu apelo para que o Hamas liberte todos os reféns israelenses restantes "imediata e incondicionalmente", acrescentando que "não pode continuar governando Gaza".
Na véspera, os líderes da França, Reino Unido e Canadá divulgaram uma nota conjunta em que classificaram a ofensiva de Israel contra o Hamas como “desproporcional” e haviam prometido adotar “medidas concretas” caso o governo de Benjamin Netanyahu não interrompesse os ataques e não restabelecesse completamente o fluxo de ajuda humanitária ao território palestino.
Resposta de Netanyahu
Após o anúncio britânico, o governo de Benjamin Netanyahu respondeu em uma declaração, afirmando que "a pressão externa não desviará Israel de seu caminho de defender sua existência e segurança contra inimigos que buscam sua destruição".
"Se, devido a uma obsessão contra Israel e considerações políticas internas, o governo britânico estiver disposto a prejudicar sua economia, isso é prerrogativa dele", disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores de Israel, Oren Marmorstein, no comunicado.