
Nesta quinta-feira (8), Robert Prevost, agora Leão XIV, foi eleito o 267º papa da Igreja Católica. No seu primeiro discurso, feito na sacada da Basílica de São Pedro, o pontífice agradeceu ao falecido papa Francisco e desejou paz aos fiéis.
Nos tempos modernos, a transição entre um líder e o outro pode ser considerada pacífica: após a morte ou a renúncia de um sumo sacerdote, os cardeais votantes se reúnem em um processo chamado conclave, para eleger o próximo Santo Padre.
Porém, nem sempre foi assim. Existem registros históricos que detalham disputas no alto escalão da Igreja Católica, a ponto de existirem dois papas ao mesmo tempo – um eleito de forma legítima, pelo conclave, e outro visando desafiar a autoridade do pontífice oficial.
Chamados de antipapas, esses sacerdotes eram mais comuns durante a Idade Média, quando a religião e as monarquias europeias mantinham uma forte relação de influência política, segundo o portal National Geographic Brasil.
Quem eram os antipapas?
Entre os séculos 3 e 15, cerca de 40 bispos ou outros líderes religiosos tentaram chegar à liderança da Igreja Católica passando por cima do resultado do conclave, que elegia de forma legítima o próximo pontífice.
O nome antipapa, que vem do latim, significa aquele que ocupa o posto de Santo Padre quando já existe outro. Eram oponentes que desafiavam a autoridade da igreja e do papa eleito, e representavam grupos distintos dentro da religião.
O momento de ruptura entre as lideranças que culminava na ascensão de um novo papa era considerado um cisma, uma divisão. Normalmente, esses líderes tinham o apoio de grupos de cardeais contrários à administração central da igreja, além de nobres ligados aos principais impérios da época.
Félix V, nome escolhido por Amadeo VIII, duque de Savoy, é considerado o último antipapa da história. Ele teria governado entre os anos de 1439 e 1449, após o papa Eugênio IV ter sido deposto ilegitimamente pelo Concílio de Basileia.