
O casal Yaron Lischinsky, 30 anos, e Sarah Milgram, 26, foi morto durante ataque em Washington D.C. na noite de quarta-feira (21). Os dois eram funcionários da embaixada de Israel nos Estados Unidos e foram atingidos enquanto deixavam um evento no Museu Judaico.
De acordo com o embaixador de Israel nos Estados Unidos, Yechiel Leiter, o casal planejava oficializar o noivado na próxima semana, em Jerusalém.
— O jovem havia comprado um anel para pedir sua namorada em casamento na próxima semana em Jerusalém — disse Leiter.
No mesmo dia, mais cedo, o exército israelense havia reconhecido ter efetuado "disparos de advertência" durante visita de diplomatas estrangeiros na Cisjordânia.
Sarah nasceu nos Estados Unidos e era funcionária do Departamento de Diplomacia Pública e chegou a conduzir pesquisas sobre teoria da construção da paz, com ênfase em iniciativas de base em Israel e Palestina.
Já Lischinsky era um israelense nascido na Alemanha e assistente de pesquisa na embaixada.
Ambos atuavam como funcionários diplomáticos e participavam de eventos ligados à comunidade judaica nos Estados Unidos.
— Eles eram jovens, promissores e profundamente comprometidos com o trabalho diplomático e humanitário — afirmou o diplomata Yechiel Leiter.
Nas redes sociais, a embaixada divulgou uma nota de pesar:
"Toda a equipe da embaixada está desolada e devastada pelo assassinato. Não há palavras para expressar a profundidade de nossa dor e horror diante dessa perda devastadora".
Atentado
Os tiros foram disparados na calçada, em frente ao Museu Judaico de Washington, no que autoridades israelenses descreveram como um ato de antissemitismo.
Conforme autoridades locais, o atirador foi detido e identificado como Elias Rodriguez, 30 anos. De acordo com a polícia, o suspeito gritou "Palestina livre" enquanto estava sob custódia.
O homem foi visto caminhando do lado de fora do museu. A polícia informou que ele tentou entrar no evento que ocorria no local, mas foi barrado pelos seguranças.
O alvo do ataque seria uma recepção organizada pelo museu para jovens profissionais e diplomatas credenciados em Washington.
"O American Jewish Committee confirma que organizou um evento no Museu Judaico de Washington esta noite", afirmou em um comunicado o presidente do comitê, Ted Deutch. "Estamos devastados com um ato de violência indescritível que ocorreu em frente ao local".
Visita de diplomatas na Cisjordânia
No mesmo dia, o Exército israelense reconheceu ter realizado disparos "de advertência" durante visita de diplomatas estrangeiros na Cisjordânia, o que provocou ampla condenação internacional.
O Exército israelense justificou o incidente pelo fato de os diplomatas terem feito "desvio do itinerário aprovado".
O porta-voz de Antônio Guterres, secretário-geral da ONU, classificou o incidente de "inaceitável".
— Está claro que os diplomatas que estão fazendo o seu trabalho nunca devem ser alvos de disparos, atacados de nenhuma maneira — declarou o porta-voz Stéphane Dujarric.
A responsável pela diplomacia da União Europeia, a estoniana Kaja Kallas, afirmou que "qualquer ameaça à vida de diplomatas é inaceitável".
Segundo a agência de notícias palestina Wafa, participavam da visita representantes de mais de 20 países, entre eles França, Reino Unido, Espanha, China, Rússia, Turquia e Egito.
— Era a última parte da visita e, de repente, ouvimos disparos que vinham do campo de refugiados de Jenin — declarou um diplomata em condição de anonimato.
— Não foi apenas uma ou duas vezes. Foram disparos repetidos. É uma loucura. Não é normal — acrescentou.