
A futura rainha da Bélgica, princesa Elizabeth, filha mais velha do rei Philippe, é uma das estudantes estrangeiras da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, que pode ser prejudicada pelas novas regulamentações do governo americano.
A princesa belga de 23 anos está cursando mestrado em políticas públicas na Kennedy School de Harvard, curso com duração de dois anos. Ela acabou de completar o primeiro período e ainda tem um ano para concluir seus estudos.
Na última quinta-feira (22), a administração de Donald Trump retirou da Universidade de Harvard o direito de matricular estudantes estrangeiros.
Harvard chegou a processar o governo na manhã de sexta-feira (23), contestando a revogação abrupta, e, menos de 24 horas depois, uma juíza de Boston concedeu uma liminar suspendendo temporariamente o decreto federal.
Um porta-voz da Coroa Belga disse que o palácio real estava "analisando" a situação para entender melhor o "impacto potencial" à Princesa Elizabeth.
— Muita coisa ainda pode acontecer entre o anúncio da decisão e sua implementação efetiva. De qualquer forma, estamos monitorando de perto a situação e analisando seu alcance — disse o porta-voz à Agência France Presse.
A secretária de Segurança Interna dos EUA, Kristi Noem, escreveu uma carta ao presidente de Harvard, Alan Garber, anunciando a medida surpreendente.
A carta relata a "revogação", com efeito imediato, da certificação do Visto de Estudante e Visitante de Intercâmbio (SEVIS), que permite que estrangeiros estudem nos Estados Unidos.
Este ano, os estrangeiros representam 27,2% dos 30 mil estudantes da Universidade, a maioria deles com vistos, de acordo com fontes da universidade.
O governo Donald Trump já congelou US$ 2,2 bilhões em bolsas e US$ 60 milhões em contratos governamentais, e deportou um pesquisador da Faculdade de Medicina da universidade.
O gesto expresso na carta de Noem é "o mais recente ato do governo em clara retaliação ao exercício de Harvard dos seus direitos da Primeira Emenda ao rejeitar as exigências do governo para controlar a governança, o currículo e a 'ideologia' de seu corpo docente e alunos", alega o processo movido em um tribunal federal em Massachusetts.