
O Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos confirmou nesta sexta-feira (16) que está analisando uma proposta de reality show em que imigrantes competiriam entre si pela cidadania americana.
O presidente Donald Trump, que já foi um astro de reality show, tem a luta contra a imigração ilegal como prioridade do seu segundo mandato.
Os desafios seriam baseados em tradições e costumes americanos, segundo Tricia McLaughlin, porta-voz do departamento. Ela disse que a proposta está na fase inicial de análise e ainda não foi avaliada pela secretária de Segurança Interna, Kristi Noem.
De acordo com a apresentação obtida pelo Daily Mail, que revelou a história, cada episódio do reality teria um "desafio de herança cultural", um "desafio de eliminação", uma "reunião em assembleia" e uma "votação final".
Doze imigrantes participantes chegariam de barco à Ilha Ellis, em Nova York, e viajariam pelos Estados Unidos em um trem chamado "The American" — o nome proposto para o programa.
Os desafios
Durante o percurso, os competidores participariam de desafios considerados tipicamente americanos, como garimpar ouro em San Francisco, disputar uma prova de equilíbrio sobre toras em Wisconsin, e montar o chassi de um Ford Modelo T em Detroit, segundo o Daily Mail.
O episódio final mostraria um "vencedor" sendo oficialmente naturalizado como cidadão americano nos degraus do Capitólio, em Washington.
— A proposta, em linhas gerais, era uma celebração de ser americano e do privilégio que é poder ser cidadão dos Estados Unidos da América — disse Tricia McLaughlin, porta-voz do departamento.
A série foi idealizada por Rob Worsoff, roteirista e produtor nascido no Canadá. Ele disse que teve a ideia durante o próprio processo de naturalização nos Estados Unidos.
Segundo Worsoff, os desafios deveriam ser realizados em vários Estados. Um deles, poderia, por exemplo, destacar a Nasa no Texas ou na Flórida, para testar qual dos imigrantes conseguiria montar e lançar um foguete primeiro.
— Precisamos de uma conversa nacional sobre o que significa ser americano. (...) Precisamos ser lembrados do orgulho e da honra que é ser americano — disse o roteirista.
Worsoff afirmou ainda que ninguém seria penalizado em seu processo de imigração ou deportado como resultado da participação no programa.
— O que vai acontecer é que vamos conhecer essas pessoas, suas histórias e suas jornadas, e estaremos celebrando elas como seres humanos — afirmou.
Comparação com Jogos Vorazes
Em entrevista ao Wall Street Journal, o roteirista também negou que o programa fosse equivalente aos Jogos Vorazes para imigrantes, referindo-se ao romance distópico de Suzanne Collins, em que os participantes lutam até a morte para sobreviver.
Ainda segundo Rob Worsoff, os detalhes do que aconteceria no programa dependem do interesse das redes de televisão e do que o Departamento de Segurança Interna estaria disposto a fazer.
Sob a liderança de Kristi Noem, a agência tem adotado estratégias voltadas para publicidade e formatos semelhantes ao da TV para divulgar as medidas mais rígidas do governo Trump contra imigração.