
A coligação Aliança Democrática (AD) venceu as eleições legislativas de Portugal neste domingo (18). O grupo, liderado pelo atual primeiro-ministro, Luís Montenegro recebeu 32,10% dos votos e terá 89 representantes no parlamento português.
Até as 21h deste domingo (18), 99,23% dos votos haviam sido contabilizados, restando apenas apurar o resultado de 24 consulados.
A Aliança Democrática é composta pelo Partido Social Democrata (PSD), de centro-direita, e o Centro Democrático Social Partido Popular (CDS-PP), conservador. Mesmo com a vitória, a AD não conquistou maioria no parlamento. Além disso, o resultado não reelege Montenegro automaticamente ao posto de premiê. Para isso, ele precisa ser nomeado pelo presidente Marcelo Rebelo de Sousa, que deve consultar os partidos que terão representatividade na Assembleia da República.
No discurso de vitória, conforme o jornal português Diário de Notícias, Montenegro reforçou suas intenções de se manter no cargo de primeiro-ministro. Ele também pediu diálogo e "sentido de estado" para a oposição garantir uma legislatura de quatro anos. Além disso, defendeu a regularização da imigração e estímulos à produtividade baseados em meritocracia.
— O povo quer este governo e não quer outro. O povo quer este primeiro-ministro e não quer outro — bradou.
Com os votos dos consulados, a disputa pelo segundo lugar ainda está em aberto. O Partido Socialista, de centro-esquerda, recebeu apoio de 23,38% dos portugueses e ficou em segundo lugar, um dos piores resultados da história da legenda. Já o Chega, que representa a direita nacionalista, obteve 22,56% dos votos e ainda alimenta esperanças de conquistar o segundo lugar com o voto do Exterior.
Mesmo com a disputa em aberto pela quantidade de votos, já é confirmado que cada uma das legendas terá 58 cadeiras na Assembleia da República Portuguesa.
O resultado confirma um crescimento da direita em Portugal: enquanto no ano passado AD e Chega elegeram, somados, 130 representantes, em 2025 os dois partidos terão 147. Já o Partido Socialista perdeu 20 cadeiras na eleição deste ano — em 2024, a legenda já havia perdido 42 representantes na comparação com 2022.
Em quarto lugar ficou a Iniciativa Liberal, de centro-direita, que elegeu nove deputados. Os outros partidos que circulam entre a centro-esquerda e a extrema esquerda — o Livre, o Bloco de Esquerda (BE), a Coligação Democrática Unitária (CDU) e o Pessoas-Animais-Natureza (PAN) — vão agregar 11 parlamentares. O Juntos Pelo Povo (JPP), de centro, terá um representante.
Esta foi a terceira vez que os portugueses foram às urnas desde 2023. A eleição legislativa antecipada foi convocada após o presidente Marcelo Rebelo de Souza dissolver o parlamento, motivado pela perda de confiança do próprio primeiro-ministro
O parlamento português rejeitou, em 11 de março, um voto de confiança do primeiro-ministro Luís Montenegro, medida que derrubou o governo de centro-direita. Ele estava envolvido em uma polêmica por um suposto conflito de interesse em relação aos negócios de uma empresa de consultoria que ele fundou e que agora é administrada por seus filhos.
Composição legislativa
- AD: 86 representantes
- Partido Socialista: 58
- Chega: 58
- Iniciativa Liberal: 9
- Livre: 6
- CDU: 3
- BE: 1
- PAN: 1
- PPD/PSD.CDS-PP.PPM: 0,62%, 3
- JPP: 1
Restando apurar 0,77% dos votos, referentes a 24 consulados, ainda falta definir quatro das 230 cadeiras.