
O presidente dos Estados Unidos Donald Trump afirmou na terça-feira (4), em um discurso no Congresso dos EUA, que União Europeia, China, Brasil, México e Canadá cobram "tarifas injustas" dos EUA no comércio exterior e que "taxas recíprocas" serão adotadas a partir de 2 de abril.
— Não deixaremos mais que os Estados Unidos sejam roubados por outros países. Não pagaremos mais subsídios de centenas de bilhões de dólares a Canadá e México — declarou.
Trump destacou que os Estados Unidos receberam US$ 1,7 trilhão em investimentos no país nas últimas semanas e citou o exemplo da fabricante taiwanesa de processadores TSMC, que investirá US$ 100 bilhões no país "porque não quer pagar tarifas".
— Uma nova política comercial será ótima para os fazendeiros americanos — completou o presidente.
O republicano afirmou ainda que quer que "Canadá e México façam muito mais para conter a exportação de fentanil" ao país. De acordo com ele, a inflação será "derrotada", os idosos serão protegidos, haverá mais dinheiro no bolso de cidadãos e o orçamento federal será equilibrado "no futuro próximo".
Imigrantes
Outro tema abordado por Trump na fala ao Congresso foi a imigração. Ele afirmou que o governo fará os imigrantes ilegais deixarem o país rapidamente. O presidente norte-americano destacou que o "gold card estará à venda em breve por US$ 5 milhões" para investidores que quiserem viver nos Estados Unidos. A iniciativa, segundo o republicano, ajudará a equilibrar o orçamento federal.
Guerra na Ucrânia
Donald Trump afirmou durante o discurso no Congresso que pretende "acabar com a guerra na Ucrânia" e disse que os americanos gastaram US$ 350 bilhões com o conflito, enquanto os europeus desembolsaram US$ 100 bilhões.
— Recebi uma carta do presidente Zelensky na qual ele afirma que quer o fim da guerra. Recebi fortes sinais da Rússia de que está pronta para a paz na Ucrânia. É tempo de terminar a loucura desta guerra — afirmou o norte-americano.
Elon Musk
Depois de 20 minutos de discurso, Trump citou o bilionário Elon Musk pela primeira vez. O republicano agradeceu o empresário por seu trabalho no Departamento de Eficiência Governamental (DOGE) e apontou exemplos de como a ajuda internacional americana estava sendo usada antes da volta de Trump à Casa Branca.
Liderado pelo homem mais rico do mundo, o DOGE está desmantelando agências governamentais, reduzindo a força de trabalho federal e obtendo acesso a dados confidenciais do governo — tudo em uma tentativa, segundo o departamento, de "restaurar a democracia".
Mas a maior parte do que o DOGE está fazendo sob o comando de Musk está sob escrutínio legal, com os tribunais analisando se isso viola as leis de privacidade, os direitos dos funcionários federais e os controles e equilíbrios da Constituição.
O departamento agiu tão rapidamente que está sendo alvo de críticas cuidadosas até mesmo de alguns republicanos, preocupados com o fato de que os serviços básicos do governo — e a manutenção de ameaças contra o país — poderiam ser prejudicados. As pessoas que fazem a manutenção das armas nucleares dos Estados Unidos foram demitidas e depois recontratadas às pressas.