O brasileiro Tiago Nunes, 19 anos, que atuava como voluntário nas tropas da Ucrânia na guerra contra a Rússia, morreu na última quinta-feira (28). A informação foi divulgada na sexta-feira (29), pela prefeitura de Rurópolis, no Pará, cidade natal do jovem, e as circunstâncias da morte ainda não foram esclarecidas.
Conhecido pelos amigos como "Índio", estava na Ucrânia havia menos de um mês, de acordo com relatos nas redes sociais. Ele foi ao leste europeu sem, inicialmente, revelar à família o destino e o motivo da viagem.
Nas redes, amigos lamentaram a perda do jovem. Dezenas de veículos se reuniram em uma carreata em homenagem a Tiago na cidade de Rurópolis, que fica no sudoeste paraense e tem cerca de 53 mil habitantes.
"Neste momento de profunda tristeza e dor, manifestamos aos familiares e amigos nossas mais sinceras condolências", diz a nota divulgada pela prefeitura.
Procurado, o Ministério das Relações Exteriores (MRE) não confirmou, até a publicação desta reportagem, se a pasta foi oficialmente notificada a respeito da morte do jovem.
Desde o início da guerra na Ucrânia, foram relatadas pelas autoridades as mortes de pelo menos cinco brasileiros no conflito.
Nas últimas semanas, o confronto se intensificou. Os Estados Unidos autorizaram a Ucrânia a usar mísseis de longo alcance de produção americana e minas terrestres na guerra. Em resposta, a Rússia ordenou a produção em série do novo míssil hipersônico russo, apelidado de Oreshnik, que foi usado pela primeira vez na guerra no dia 21 de novembro e surpreendeu pela capacidade de carregar mais de uma ogiva e atingir múltiplos alvos.
As autoridades ucranianas anunciaram na sexta-feira que a Rússia entregou os corpos de 502 soldados mortos na guerra entre esses dois países, sem revelar se foi uma troca. Essa é a segunda repatriação deste tipo este mês. No início de novembro, Kiev recuperou os corpos de 563 soldados.