
Depois de três semanas de lockdown estrito, a Alemanha registrou nesta segunda-feira (13) mais pessoas recuperadas da covid-19 do que doentes e mortos.
No domingo, a Áustria havia se tornado o primeiro entre os principais países europeus a ter a maioria dos casos com um desfecho positivo.
Na Alemanha, há agora 64.300 pessoas que venceram a infecção pelo coronavírus. Os ainda doentes são 60.532, e 3.022 morreram de complicações da covid-19.
As curvas de mortes no país mostram que o pico da doença pode ter ficado para trás. O maior número diário ocorreu na última quarta-feira (8), com 254 casos.
Com um regime federativo, a Alemanha demorou para entrar em quarentena total, o que ocorreu em 22 de março, 13 dias depois de registrada a primeira morte. Várias regiões, porém, suspenderam suas atividades antes disso, e escolas foram fechadas no dia 15.
Com o maior número de leitos hospitalares e UTIs por 100 mil habitantes no continente, o país ficou sempre longe de ter sua capacidade de atendimento esgotada.
Retorno "em etapas" à normalidade
Nesta segunda-feira, a Academia Nacional de Ciências afirmou que já é possível avançar para um relaxamento gradual das restrições, desde que medidas de proteção, como distanciamento social e higiene das mãos, sejam mantidas e que não haja novo aumento nas transmissões.
A recomendação da Academia deve orientar uma reunião da primeira-ministra alemã, Angela Merkel, e os líderes das 16 regiões administrativas do país para decidir se mantêm as medidas de restrição, adotadas em 22 de março e vigentes até o próximo domingo.
Os pesquisadores recomendaram a reabertura das escolas, começando pelas de ensino fundamental e médio, e a volta ao funcionamento de lojas, escritórios e restaurantes, mas mantidas as regras de distanciamento. A entidade também orienta o uso de máscaras no transporte público para evitar um aumento do contágio.
Assim como a Áustria, que retomará algumas atividades na terça (14), a Alemanha tem um programa extensivo de testes e desenvolveu um aplicativo para rastrear contatos de pessoas contaminadas para que possam ser isoladas e, se preciso, tratadas. Desenvolvido pelo Instituto Robert Koch, o app será de uso voluntário, mas pesquisas de opinião mostraram que a maioria dos alemães aceita ser rastreado se isso permitir mais mobilidade.
No começo de abril, o país atingiu a capacidade de testar 100 mil pessoas por dia, um crescimento de 14 vezes em relação ao início de março. No total, já foram feitos quase 1,5 milhão de exames para detectar infectados.
Outro estudo, feito pelo Centro Helmhotz de Pesquisa de Infecções (HZI), vai analisar 100 mil pessoas para detectar a presença dos anticorpos desenvolvidos pelo organismo para vencer o coronavírus.