Familiares, amigos e colegas se despedem de Celia Ribeiro no Cemitério Jardim da Paz, em Porto Alegre, nesta sexta-feira (26).
A jornalista morreu aos 96 anos, na quinta-feira (25), por causas naturais. O velório começou no fim da manhã no Salão Nobre, e o sepultamento está marcado para ocorrer no mesmo cemitério às 17h.
— Ela nos ensinou tudo: a arte, a cultura, a moda, a gastronomia, o bem viver. Foi delicada em todos os momentos, conversava sobre tudo com uma leveza de alguém que via o mundo com olhar de repórter curiosa. Sempre teve uma cabeça aberta, sem preconceitos. Era uma mulher maravilhosa — relatou Laura Schirmer, 51 anos, neta mais velha.
O lado profissional de Celia foi outro assunto comentado entre os que foram ao velório. A jornalista acumulou mais de 60 anos de atuação em veículos da imprensa do Rio Grande do Sul, o que fez dela uma referência na área.
— A Celia foi uma pioneira, uma das primeiras mulheres a trabalhar com jornalismo no Rio Grande do Sul. Teve uma carreira brilhante em tudo o que fez. Foi uma referência para todos — acrescentou Hugo Pinto Ribeiro, 73 anos, sobrinho.
Colegas de trabalho que viraram amigos também estavam entre os presentes na despedida. A jornalista Alice Urbim conta que conheceu Celia na RBS TV na década de 1970, período que marcou o início de uma amizade que permaneceria dentro e fora das atividades profissionais.
— Foi um farol, minha mentora, a luz que me guiava dentro da televisão. Tinha uma personalidade empática, sempre procurava inspirar outras pessoas, vivia intensamente. Hoje me considero uma filha dela — contou.
Relembre a trajetória
Celia Ribeiro iniciou a vida profissional aos 26 anos como crítica teatral do jornal A Hora, enquanto ainda cursava Filosofia na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Em 1957, fez sua estreia produzindo o programa O Mundo da Mulher, na TV Piratini.
Já em 1964, foi convidada pela TV Gaúcha para comandar o Programa Celia Ribeiro. Oito anos depois, quando o Jornal do Almoço foi criado, tornou-se apresentadora do bloco de variedades da atração da RBS TV.
Trabalhou também no Segundo Caderno de Zero Hora de 1970 a 1992. Depois, foram mais 24 anos como colunista semanal na Revista Donna. Em 2016, ela anunciou aposentadoria. Em paralelo à carreira de jornalista, Celia escreveu livros sobre etiqueta, gastronomia, viagens e história.




