
A presença de seriemas no Campus Sede da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), em Santa Maria, na Região Central, não é novidade para a comunidade acadêmica, mas o comportamento das aves tem chamado a atenção neste mês. Pelo menos quatro episódios de ataques foram registrados.
Apesar da agressividade não ser uma característica das aves, para especialistas, a proximidade da primavera altera o comportamento das seriemas, que se tornam mais defensivas a ninhos e filhotes.
Os casos levaram a instituição a emitir um comunicado oficial com orientações de segurança a estudantes, servidores e visitantes.
Em um dos episódios, uma estudante foi atingida no rosto e precisou de atendimento médico, ficando afastada das aulas por seis dias. Em outro caso, uma professora sofreu ferimentos na orelha.
Segundo o departamento de Gestão Ambiental da UFSM, duas famílias de seriemas circulam livremente pelo campus. Apesar de serem vistas com frequência em campos próximos a Reitoria e ao prédio Multiuso, elas não costumam ficar apenas nestas áreas.
Comportamento defensivo
De acordo com a professora do Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental, Marilise Mendonça Krügel, as aves consideradas campestres podem se mostrar defensivas diante do movimento intenso de pedestres e veículos.
O reflexo de acessórios, como brincos e óculos, também pode chamar a atenção das seriemas. Para a Fundação Estadual de Proteção Ambiental (FEPAM), que está ciente da situação, esse comportamento pode ser associado ao período de nidação — quando os animais constroem ninhos para proteger os ovos. Embora o ciclo geralmente ocorra no início da primavera, as temperaturas amenas registradas neste inverno, podem ter antecipado esta etapa.
Orientações
Para tratar da situação, a UFSM buscou orientação junto à Fepam, responsável pela licença ambiental da instituição. O órgão reforçou que, por se tratar de fauna silvestre, a recomendação é não remover as aves do local.
Como medida alternativa, a entidade orientou a divulgação pública de orientações à comunidade.
Em nota, a universidade destacou que prioriza o convívio seguro com os animais e recomendou que as pessoas evitem alimentar ou se aproximar das seriemas, além de redobrar a atenção com crianças e animais domésticos, que podem se aproximar inadvertidamente dos ninhos.
Em caso de ataque, é aconselhado acionar o Setor de Planejamento Ambiental da instituição e procurar atendimento médico em caso de ferimentos.
Monitoramento de animais exóticos
A universidade mantêm um grupo de professores e pesquisadores que fazem o monitoramento georreferenciado da fauna no campus. Os dados podem ser acessados pelo aplicativo eFauna.
Atualmente são 354 espécies de animais silvestres. Somente de aves, o registro é de 246 espécies que vivem no local ou utilizam a área como rota de passagem.


