
As principais obras do sistema de proteção contra cheias devem ser entregues até 2031, afirma o secretário da Reconstrução Gaúcha, Pedro Capeluppi, em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, nesta sexta-feira (20).
Os projetos mais avançados são dos diques do Arroio Feijó e de Eldorado do Sul. Eles estão na fase de contratação da atualização do anteprojeto, uma etapa essencial para a formulação do planejamento que guiará a execução das obras. A previsão é que as intervenções no dique de Eldorado do Sul comecem em julho de 2027, por exemplo.
— É um procedimento lento, de certa maneira, mas é preciso entender que estamos falando de obras de grande porte, que preveem a realocação de pessoas e a construção de infraestruturas bastante robustas — afirma Capeluppi.
Outros projetos de grande porte, como os das bacias hidrográficas dos rios Gravataí e dos Sinos, estão em uma fase anterior: a de avaliação dos impactos ambientais. As entregas também estão previstas para 2031.
— Premissas que são importantes para a contratação da atualização dos projetos só foram oficializadas pela União em março deste ano. No final de 2024, os recursos foram transferidos para o fundo criado pelo governo federal, uma ótima iniciativa. Em março deste ano, passamos a contar com as diretrizes técnicas necessárias para a contratação dos projetos. Poderia ser mais rápido, concordo, mas os trâmites que precisam ser seguidos — argumenta o secretário.
Curto prazo
Além das obras de grande porte, Capeluppi acrescenta que o Estado também está adotando medidas de curto prazo. Nesse sentido, os trabalhos incluem a destinação de recursos para que os municípios reponham as suas estruturas de proteção contra cheias já existentes e limpem os sistemas de drenagem, por exemplo.
— Novo Hamburgo não sofreu como outros municípios com o evento desta semana porque trabalhou com rede de drenagem e desassoreamento em parceria com o governo do Estado — afirma.
Sobre a dragagem do Guaíba, tema constante nos debates sobre soluções para evitar novas tragédias, o secretário garantiu que o Estado saberá onde será necessária a intervenção até o final deste ano. Em rios menores, já foram retirados cerca de 1 milhão de metros cúbicos de sedimentos.
— O processo da dragagem começa com os rios menores, onde existe facilidade maior de se atestar a necessidade real da dragagem. É um trabalho que exige um volume de recursos públicos muito grande. Temos de ter responsabilidade para ser muito assertivos — relata.
Funrigs
Capeluppi informa que cerca de R$ 10 bilhões já foram aprovados pelo comitê gestor do Funrigs, fundo constituído com recursos da suspensão da dívida do Estado com a União. Entre os diversos eixos de trabalho, o secretário detalha o andamento das obras de recuperação de estradas:
— Autorizamos e já contratamos boa parte da recuperação de mais de 600 quilômetros de rodovias. Quando digo recuperação, não é simplesmente tapar buraco. Estamos falando de recapacitar rodovias para um padrão que ofereça à população a certeza de que não ficarão ilhadas caso ocorra um novo evento climático mais severo. São mais de R$ 2,3 bilhões sendo contratados e executados.