
O Rio dos Sinos ultrapassou a cota de inundação em São Leopoldo, no Vale do Sinos, nesta sexta-feira (20). Conforme a prefeitura, a última medição, às 15h30min, indicou 4m55cm, onde a cota é de 4m50cm. O nível tem subido, em média, 2 centímetros a cada hora desde a manhã.
Já o último dado da Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema), medido às 15h, aponta para 4m53cm. Os números colocam o município em alerta principalmente para três áreas de risco: Rua da Praia, Rua das Camélias e a vila São Geraldo.
Nesses pontos, já há registro de acúmulo de água nas vias, mas sem entrar nas casas. Na Rua da Praia, não é possível circular até o final da ilha.
A prefeitura afirma que acionou o plano de contingência, mas não há necessidade de remoção de famílias neste momento. Equipes passaram nos locais orientando a população.
Também foram feitas limpezas no bairro Feitoria, onde havia acúmulo de detritos perto do rio. Esses pontos não são protegidos por nenhuma estrutura de contenção de cheias.
— Nós temos um dique que está para ser construído, que depende de verbas federais, e que aí são milhões de reais, que é o dique ali da Feitoria. Tem um outro que está sendo requisitado também pela comunidade, que é mais perto aqui da Rua das Camérias. A gente estuda isso, e os nossos projetos estão sendo atualizados junto ao governo do Estado e ao governo federal. Mas nunca existiram essas proteções, então, a população, desde a década de 1940, está habituada a ver essa água chegando quando chega o período de chuvas — explica o prefeito Heliomar Franco.
Ainda na terça-feira (17), duas famílias chegaram a sair preventivamente após os alagamentos nos bairros Campina e Vicentina. Elas já retornaram para as suas casas.
Segundo a prefeitura, bombas anfíbias foram instaladas nos dois bairros para escoar os pontos de alagamentos. O prefeito afirma que, desde fevereiro, foram desobstruídos cerca de 200 quilômetros de tubulações de esgoto.
— Também recuperamos todas as bombas, colocamos todas elas em funcionamento e adquirimos mais quatro bombas anfíbias, que já estavam instaladas junto à divisa com o município de Novo Hamburgo, e agora ali no bairro Campina. Nesse período de chuva dos últimos três dias, instalamos outras três bombas anfíbias, que tiram a água diretamente dos bairros para o Rio dos Sinos. E isso fez com que não houvesse alagamento nesses bairros tradicionalmente atingidos pelas águas nesse período.
A orientação é que os moradores continuem acompanhando os canais oficiais da prefeitura, que monitoram a situação do rio e de possíveis áreas de risco. Foi disponibilizado um número de WhatsApp para caso de alagamentos: (51) 99314-3966.
Situação em Novo Hamburgo
Em Novo Hamburgo, também no Vale do Sinos, a prefeitura reportou que duas residências foram evacuadas, deixando nove pessoas desalojadas, após deslizamentos. Segundo o prefeito Gustavo Diogo Finck, não houve registro de alagamentos maiores.
A prefeitura segue monitorando a elevação do rio, com atenção para a Vila Marrocos, no bairro Santo Afonso, e ao bairro Canudos.
— Estamos fazendo algumas medidas emergenciais. No bairro Canudos, estamos fazendo um mini dique para conter a água do rio para não entrar no bairro. A água que está dentro do bairro vamos jogar para dentro do rio com bombas de alta potência.
Serão dois pontos com três bombas. O objetivo é que a água não tome conta das ruas. Não há orientação para que os moradores deixem as casas.