
Encontrado morto no Autódromo de Interlagos no dia 3 de junho, Adalberto Amarilio dos Santos Junior não consumiu drogas antes de morrer. É o que aponta o exame toxicológico realizado pelo Instituto Médico Legal (IML).
A informação contradiz o depoimento do amigo do empresário. Ultima pessoa a ser vista publicamente com Junior, ele disse à polícia, na última semana, que o empresário consumiu oito copos de cerveja e fumou maconha durante um show do rapper Matuê na noite de 30 de maio — dia em que desapareceu.
Segundo o depoimento do amigo, o Junior estava “muito nervoso, ansioso, agitado, muito eufórico” devido ao consumo da droga.
A declaração chamou a atenção da delegada Ivalda Aleixo, da Delegacia de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) de São Paulo, pela maconha ser conhecida como uma droga que causa efeito “desestimulante” e não de agitação. O laudo pericial refutou a declaração do amigo do empresário.
O amigo prestou novo depoimento na quinta-feira (12), mas não há detalhes sobre a oitiva.
O corpo de Adalberto Amarilio dos Santos Junior foi encontrado em um buraco com aproximadamente três metros de profundidade e 80 centímetros de diâmetro, em uma área de obras no Autódromo de Interlagos.
Investigação
Duas linhas de investigação foram estabelecidas até o momento. Em uma delas, a Polícia Civil apura se o empresário se envolveu em uma briga e poderia ser tido vítima de um golpe de mata-leão. A outra analisa se ele foi dopado com "boa noite, Cinderela".
Na primeira hipótese, a polícia indica que Junior poderia ter se envolvida em uma briga com algum segurança que trabalhou no evento que ele estava. O conflito teria ocorrido no momento em que o empresário seguia até o estacionamento do kartódromo, para pegar seu carro.
A Polícia Civil também descarta a hipótese de acidente. Também foi descartada a ideia de um possível assalto.
Quem era Adalberto Amarilio Junior?
Adalberto era empresário do ramo óptico e administrava óticas em São Paulo. Era conhecido por ser educado, discreto e apaixonado por velocidade. Participava de campeonatos de kart com um grupo de amigos, que também organizava ações beneficentes.
— Ele era uma das pessoas mais gentis e tranquilas que conheci. A morte dele é um choque — lamenta o advogado Ricardo Mendizabal, amigo do empresário.
Outro amigo, Paul Robison, com quem dividiu vitórias nas pistas, descreve a dor do grupo:
— A gente anda de carro e chora. Nunca imaginamos que o primeiro a partir seria o mais novo.