
A prefeitura de Jaguari, na Região Central, decretou na manhã desta quarta-feira (18) estado de calamidade pública em razão da chuva que atinge o Estado e que afetou de forma severa a cidade, alagando ruas e casas. Em entrevista à Rádio Gaúcha, o prefeito do município, Igor Tambara, revelou que há casas tomadas pela água e bairros isolados.
— Temos casas que já estão 90% submersas, infelizmente. O que nos preocupa é que começou uma chuva muito forte durante a madrugada e não cessa — disse Tambara em entrevista ao Gaúcha Atualidade.
O decreto publicado pela prefeitura detalha os estragos causados pela cheia do Rio Jaguari, que atingiu 13 metros na noite de terça-feira (17). Na manhã desta quarta, o nível está em 12m70cm, 3m40cm acima do normal.
Conforme a prefeitura, 1,2 mil pessoas estão fora de casa. Cerca de 150 famílias estão em seis abrigos municipais. Os bairros mais atingidos são Sagrado Coração de Jesus, Rivera e Nossa Senhora Aparecida.
— Estamos com o nosso rio hoje na cota dos 13 metros, aproximadamente 250 casas atingidas e com destruição em termos de estradas rurais, pontes, bueiros, além de muitos danos dentro do perímetro urbano, porque teve uma enxurrada muito forte destruindo pavimentações, calçadas e muros — detalhou o prefeito.
Quatro famílias ficaram ilhadas no interior e foram resgatadas com auxílio de helicóptero na tarde de terça-feira. Tambara diz que o Exército está deslocando um veículo anfíbio para o município, a fim de auxiliar nas operações.
Além do Rio Jaguari, outros rios menores afetam o interior do município, o que deixa pelo menos três comunidades isoladas: Cerro do Zanini, bairro Consolata e 2º Distrito. A prefeitura disse que mantém contato com essas pessoas e espera o nível da água baixar para recuperar as estradas de acesso. Danos na zona rural ainda estão sendo contabilizados. As aulas no município estão canceladas.
— Temos bairros que estão 100% isolados por causa da chuva.

Com o decreto de calamidade pública, a prefeitura fica autorizada a empregar todos os recursos e voluntários na assistência à população e no restabelecimento dos serviços. Também fica autorizada a mobilização de todos os órgãos municipais para atuarem sob o gerenciamento da coordenação da Defesa Civil.
Ações de ajuda
Tambara afirma que a maior preocupação no momento é assegurar a saúde e acesso à alimentação para as famílias que estão nos bairros isolados. Segundo o prefeito, um comitê de crise foi criado em parceria com a Defesa Civil do Rio Grande do Sul, para que o município receba auxílio técnico dos profissionais do Estado.
Neste momento, o pedido é por doações de alimentos, materiais de limpeza e móveis:
— Tem muitas pessoas que saíram de suas casas sem nada, apenas com a roupa do corpo, sem tirar os seus móveis, a sua geladeira. É doloroso porque essas pessoas, há um ano, passaram por algo semelhante e há 40 dias, passaram novamente.