
O Corpo de Bombeiros segue fazendo buscas, nesta quinta-feira (19), para encontrar um homem de 65 anos que desapareceu na terça-feira (17), quando o veículo em que ele estava foi arrastado pela água que descia o Arroio Minhoquinha, em Candelária, no Vale do Rio Pardo. Além de equipes trabalhando na superfície, foram acionados mergulhadores para auxiliar. A situação é consequência da chuva intensa e incessante que cai sobre o Rio Grande do Sul, causando elevação e inundação de cursos d’água.
A companheira do desaparecido, de 54 anos, foi encontrada sem vida pelos bombeiros no interior do carro, ainda na terça-feira, em um ponto do córrego que fica cerca de 1,8 quilômetro à frente de onde começaram a ser arrastados. O nível do arroio estava elevado e parte do veículo havia sido tomada por água. Apesar disso, os bombeiros conseguiram vasculhar o ambiente, constatando a ausência do homem.
Mergulhadores
Na manhã desta quinta, mergulhadores do 4º Batalhão de Bombeiros Militares, de Santa Maria, estão no arroio fazendo buscas para verificar se o desaparecido pode estar preso a alguma estrutura, pedra ou vegetação do lado de fora do veículo.
Equipes fazem rastreio às margens do Arroio Minhoquinha, em trechos acima e abaixo do ponto em que o carro ficou preso. O córrego é um afluente do Rio Pardo, onde também há bombeiros atuando.
— As chances de ele estar dentro do veículo são quase nulas. O mais provável é que tenha conseguido sair ou tenha sido ejetado. O carro foi arrastado por quase dois quilômetros e se chocou em pedras e troncos de árvores. Houve destruição de vegetação ciliar e tudo desceu o córrego — diz o capitão Juvenal Schneider, do 6º Batalhão de Bombeiro Militar, sediado em Santa Cruz do Sul.
Nesta quinta-feira, o carro voltou a ficar parcialmente visível no ponto de encalhe. No dia do acidente, mergulhadores do Corpo de Bombeiros de Porto Alegre foram acionados e se deslocaram até Candelária, mas a água do Arroio Minhoquinha subiu rapidamente enquanto eles se preparavam para iniciar a busca. O veículo ficou totalmente submerso e não houve condição técnica para dar prosseguimento ao trabalho naquele momento.
Arroio avançou sobre estrada
Conforme relatos de familiares aos bombeiros, o casal morava há cerca de duas semanas na região, próximo da margem do Arroio Minhoquinha. Eram cerca de 6h30min de terça-feira, ainda sob escuridão, quando eles deixaram a residência e embarcaram. Logo em seguida, tomaram uma estrada que dá acesso à ponte sobre o córrego. Metros antes da travessia, o Arroio Minhoquinha tem uma curva em formato de cotovelo, em ângulo de 90 graus. Com o nível elevado, uma coluna d’água deixou de fazer essa conversão e passou reto, tomando a estrada antes de voltar ao leito. Foi assim que, antes da ponte, a água arrastou o veículo em que estava o homem e a mulher. Não há informação precisa sobre qual era a profundidade do volume de água que invadiu a estrada.