A greve no transporte coletivo segue nesta terça-feira (13) em Rio Grande. Os trabalhadores rodoviários estão paralisados desde as 3h de segunda-feira, quando suspenderam 100% do serviço. Atualmente, por decisão judicial, mantém-se 30% dos ônibus em circulação, com esse índice subindo para 50% durante os horários de pico (entre 6h e 9h, 11h e 14h e 17h e 20h).
O município protocolou na Justiça, durante a manhã desta terça-feira, um pedido para que a empresa e os trabalhadores garantam a circulação de 70% da frota durante os horários de pico. A Transpessoal, empresa permissionária do transporte coletivo urbano em Rio Grande, divulgaria até o meio-dia a tabela com os horários reduzidos, mas até as 13h, não havia cumprido a promessa.
Os trabalhadores exigem o retorno do plano de saúde, aumento de 7,5% além do INPC de fevereiro, o que seria uma reposição às perdas salariais entre 2020 e 2025, e gratificação pelo acúmulo das funções de motorista e cobradores. Atualmente, são 200 motoristas e apenas 30 cobradores atuando no município.
O sindicato patronal afirma que não há margem de arrecadação para atender às demandas. O aumento tarifário de R$ 0,30 deste ano (a passagem está em R$ 5,80) é utilizado para o reajuste anual de 4,17% aos funcionários, já depositado na folha de abril.
Na segunda-feira, durante audiência de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), a Transpessoal ofereceu o pagamento de diárias aos funcionários – R$ 10 aos que tem jornada diária de sete horas, R$ 9 para quem tem jornada de seis horas e R$ 6,50 para quem tem jornada de quatro horas – e a discussão sobre o plano de saúde ao longo do ano. A proposta foi debatida em assembleia e rejeitada pelos rodoviários.
Nova rodada de negociação
Está prevista para as 17h desta terça-feira uma nova audiência de conciliação, de forma virtual, com mediação do TRT, entre o sindicato dos Trabalhadores Rodoviários de Rio Grande e a Transpessoal.
Atualmente, o município de Rio Grande subsidia a Transpessoal em R$ 270 mil ao mês. A empresa presta o serviço de forma permissionária até junho, mas o contrato pode ser prorrogado emergencialmente, devido aos atrasos no lançamento do edital de concessão, que chegou a ser aberto no fim do ano passado, mas foi suspenso para readequação. O novo edital ainda está em análise no Tribunal de Contas do Estado (TCE) e não tem previsão de ser reaberto.