
Mais de cinco anos serão necessários para que o Rio Grande do Sul esteja pronto para suportar novos eventos climáticos como a enchente que atingiu o Estado há um ano. É o que afirmou o governador Eduardo Leite em entrevista ao Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, na manhã desta segunda-feira (28).
De acordo com Leite, algumas regiões demandarão mais tempo do que outras para estarem preparadas, como os vales dos rios Taquari e Caí, enquanto regiões como a Metropolitana e Vale do Sinos poderão levar de três a cinco anos.
— O Estado é muito grande, então a gente tem o Vale do Taquari com uma característica, tem a Capital com a sua própria característica, outros municípios na Região Metropolitana, que tem algum sistema de proteção mas que precisa ser atualizado e melhorado, como Canoas, Novo Hamburgo e São Leopoldo, por exemplo — explica Leite.
O governador ainda citou outras regiões com necessidades específicas:
— Eu imagino que isso, em cerca de três a cinco anos, a gente vai ter para a execução dessas obras propriamente ditas. Ainda tem o Caí, a bacia do Taquari, que pega inclusive o Rio Pardo, entre outros, que vão ser analisados. Esses talvez levem um pouco mais de tempo, mais do que cinco anos.
O tucano ainda ressaltou que locais que sofreram tragédias similares e hoje têm sistemas de proteção que servem de modelo, como Nova Orleans e Japão, levaram cerca de 10 anos para concluírem os projetos.
O mandato de Leite termina no próximo ano, o que impossibilita que todas as obras necessárias sejam concluídas sob a sua chefia. Porém, ele afirma que deixará um plano constituído e recursos encaminhados para garantir que os próximos governos "não percam o rumo", já que será necessário dar continuidade ao projeto.
O governador explicou ainda que o Estado tem R$ 6,5 bilhões para realizar todas as medidas necessárias. O valor não é suficiente para todos os projetos, mas Leite tem confiança de que, ao longo do tempo, novos recursos poderão ser aportados para o sistema anticheias no Estado, conforme os planos forem atualizados.
Novas moradias
Nos próximos meses, 470 moradias devem ser entregues em Eldorado do Sul. As residências, segundo Leite, foram construídas em um loteamento adquirido pelo Estado no município.
Sem especificar números, o governador também declarou que centenas de casas devem ser entregues a moradores do Vale do Taquari, atingido por três enchentes entre setembro de 2023 e maio de 2024.
Situação em Porto Alegre
Após um ano do começo da enchente, a Capital ainda tem falhas em seu sistema de proteção, conforme apurou a reportagem de Zero Hora.
Segundo Leite, um aporte de recursos para dar suporte financeiro à Capital, para que as obras necessárias sejam concluídas, deve ser aprovado.
— Deverão ser centenas de milhões de reais que nós vamos aportar através do fundo da reconstrução para que a Capital possa garantir a capacidade de suportar eventos climáticos — afirmou.