
Richard Sandrak, 32 anos, contou ao jornal britânico Metro nesta semana que sofreu violência psíquica e física do pai quando criança. O ex-fisiculturista mirim é filho do campeão de artes marciais Pavel Sandrak e da ginasta Lena Sandrak.
Richard nasceu na Ucrânia e imigrou para os Estados Unidos na década de 1990. Na infância, foi coagido a manter rotina de treinos desproporcional para uma criança. E assim ficou conhecido como "o menino mais forte do mundo", "incrível Hulk" e "pequeno Hércules".
Aos cinco anos, já treinava musculação. Aos oito, levantava três vezes o próprio peso no supino. Sob a coordenação do pai, Richard se exercitava oito horas por dia.
Richard confessou ao jornal que o pai tinha acessos de raiva e transformava um único exercício em uma sessão de treino de até 12 horas — o que o fazia se sentir como em uma "situação de refém".
— Meu pai era muito abusivo. Aprendi desde cedo a nunca pedir para parar. Você range os dentes e só faz o que lhe é pedido — disse Richard.
Além disso, ele afirmou que era forçado a fazer agachamentos enquanto assistia a programas de televisão e proibido de comer doces para manter a gordura corporal mínima.
Quando não estava treinando, Richard participava de talk-shows como os de Jimmy Kimmel e Howard Stern, ou competia em torneios.
Com a popularidade, teve contato e foi elogiado por nomes conhecidos, como Arnold Schwarzenegger e Lou Ferrigno.

Pai deportado
O pai de Richard, Pavel Sandrak, foi preso por violência doméstica e deportado para Ucrânia em 2003.
Após o acontecimento, o ex-fisiculturista se viu livre dos abusos do pai e nunca mais competiu. A musculação se tornou um trauma, assim como as memórias da infância. Richard acabou por abusar de substâncias como álcool para enfrentar o problema.
Além disso, descobriu que gostava de outros esportes, como natação, skate e basquete.
— O levantamento de peso era quase como um transtorno de estresse pós-traumático em certo sentido. Estava conectado ao meu passado.
Superação
Richard hoje vive uma vida tranquila como gerente de loja, mas afirma nunca ter perdoado o pai. Está sóbrio há um ano e mora com a namorada e dois gatos.
— Sou mais feliz com a vida que tenho hoje.
Sobre o pai, disse:
— Talvez o perdoe um dia, mas nunca vou esquecer o que ele fez comigo.