
O temporal que provocou uma morte ao destruir uma feira do peixe e causar outros estragos em Taquaruçu do Sul, no norte do Estado, poderia ter resultados ainda mais graves. No momento em que o vendaval derrubou a estrutura da festa, no fim da tarde de sábado (24), havia somente cerca de cem pessoas no evento, segundo a prefeitura. Durante os dois shows agendados para a noite, a organização esperava receber público de até 10 mil visitantes. Élido Vaz, 55 anos, que estava embaixo do barracão principal, foi atingido pela estrutura de metal e lona que cedeu, chegou a ser socorrido, mas não resistiu. Ele será velado neste domingo (25), na área central do município.
Segundo o vice-prefeito de Taquaruçu do Sul, Guilherme Zanchet, que reside a poucos metros do local do evento, foram poucos segundos de vento, mas o suficiente para fazer a estrutura desabar.
— Foram uns 10 segundos de vento. Eu nem sei se posso chamar de vendaval o que aconteceu aqui. Danificou escola, destelhou parte do hospital e destruiu toda a estrutura da feira. Ainda estamos sem energia elétrica e o sinal de celular está bem ruim — contou na manhã deste domingo.
A prefeitura ainda analisa os danos materiais, mas estima um prejuízo de, pelo menos, R$ 1 milhão. O evento, que foi aberto às 9h30min de sábado e deveria seguir até terça-feira (27), tinha 75 expositores e deveria receber visitantes da região. A organização esperava até 60 mil pessoas nos quatro dias. O horário em que aconteceu o temporal, segundo Zanchet, era o de menor movimentação.
— Tivemos a abertura de manhã, com uma aglomeração maior de pessoas. Aquele ali era o momento de menor movimento, antes de iniciar a parte noturna. Poderia ter sido muito pior.
Após o ocorrido, a prefeitura cancelou o evento e decretou luto oficial de três dias. Outras duas pessoas sofreram algumas escoriações. O velório de Vaz será realizado neste domingo a partir das 14h no Clube Esportivo Recreativo e Cultural Botafogo, na Rua Alberto Pasqualini.
— Ele estava embaixo da estrutura. Fizemos tudo que foi possível. Mas infelizmente ele não resistiu — disse Zanchet.
Além da tradicional comercialização dos peixes para a Semana Santa, a feira tinha uma praça de alimentação e exposições da indústria, comércio, agropecuária, artesanato e agroindústria.
— Perdemos toda a estrutura, os contratos. Os expositores tinham toneladas de peixes que seriam vendidos e não conseguiram. As pessoas terão que ser ressarcidas. Vamos conversar com os expositores e tentar algum auxílio da Defesa Civil — afirmou o vice-prefeito.