
Uma das festas mais tradicionais e antigas de Porto Alegre pode ter tido sua última edição na semana passada. É a Festa Mulher Não Paga, que corre risco de acabar por conta da orientação emitida pelo Ministério da Justiça proibindo a cobrança de ingressos mais baratos para mulheres.
A festa (quem não lembra das propagandas no rádio? "Feeeeeeeeeeeeeeesta Mulher Não Paga!") rola (ou rolava) há duas décadas anos no Opinião. A foto acima mostra a casa lotada na edição de 28 de julho, que pode ter sido a derradeira. Segundo os organizadores, a intenção nunca foi usar o público feminino como "um objeto de marketing para atrair o sexo oposto aos eventos", como diz o texto da decisão.
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– Acho uma pena, porque acredito que seja a festa mais antiga da cidade – lamenta Claudio Favero, sócio do Opinião – O Opinião não é um bar de pegação. Nunca pensamos em ganhar dinheiro em cima do público feminino, pelo contrário, sempre foi uma exaltação à mulher.
A decisão, publicada em 3 de julho, passaria a valer 30 dias depois – ou seja, este fíndi seria o primeiro com as novas regras. Os Procons de todo o país inclusive já planejavam blitzes nas baladas. Mas na semana passada uma liminar derrubou a proibição em São Paulo, o que fez com que o Ministério da Justiça recuasse e decidisse tentar reverter a decisão antes de sair punindo.
Enquanto a ronha se arrasta, os organizadores esperam:
– Não sabemos muito bem o que vamos fazer. Depende das decisões judiciais desta semana. Uma ideia é mudar o conceito e o nome da festa. Mas lei é para ser cumprida. Acho que vai acabar – resigna-se Favero.





