Uma foto entregue por Léo Pinheiro à Polícia Federal, na qual o ex-presidente Lula aparece ao lado do então presidente da empreiteira OAS, foi anexada às investigações da Operação Lava-Jato no início desta semana. A imagem mostra um encontro entre os dois que teria ocorrido no sítio de Atibaia, no interior de São Paulo. A imagem foi protocolada como prova da relação de Lula com o empreiteiro, acusado de pagar propina para se beneficiar de obras na Petrobras.
No último depoimento prestado ao juiz Sergio Moro, em 10 de maio, o ex-presidente admitiu que se encontrou com o ex-presidente da OAS para tratar de obras na cozinha do sítio, mas que a reunião aconteceu em seu apartamento, em São Bernardo do Campo. Segundo a Polícia Federal, no mesmo dia em que a foto foi tirada, Lula teria se reunido, também no sítio, com o ex-diretor da OAS Paulo Gordilho.
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O ex-presidente da empreiteira também apresentou à Justiça uma troca de mensagens com Paulo Gordilho com comentários sobre obras de infraestrutura no lago do sítio: "Léo, amanhã vou pra o nosso tema esvaziar o lago para impermeabilizar. Eles, eu soube que vão estar lá para acompanhar a despesca. Mas não tenho certeza. Se desejar podemos combinar".
As obras no sítio não são investigadas no processo ao qual o documento foi anexado, mas, de acordo com as investigações, o sítio, que está no nome de dois sócios de Fábio Luís, um dos filhos de Lula, foi reformado pelas empreiteiras OAS e Odebrecht para o ex-presidente, que seria o real proprietário do imóvel.
De acordo com o jornal O Globo, a defesa de Lula afirmou, em nota, que os documentos nada provam, "seja pelo conteúdo, seja pela discutível idoneidade". Os advogados reafirmaram que Lula não é dono do triplex e não recebeu qualquer vantagem indevida.