
O ministro do Planejamento, Romero Jucá, afirmou que o ajuste da economia de curto e médio prazo é fundamental para País voltar a crescer e destacou que a política econômica será comandada pelo ministros Henrique Meirelles, da Fazenda, com colaboração de todas as outras pastas.
Jucá cobrou equilíbrio fiscal e responsabilidade e disse que o presidente em exercício, Michel Temer, determinou que revejam estrutura de ministérios, com a previsão, em 31 de dezembro de 2016, de cortes de 4 mil cargos de comissões e outras formas de contratação sem concurso.
– Cortes corresponderão ao dobro do que governo anterior disse que faria e não cumpriu – afirmou.
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O ministro avaliou que a meta fiscal deve ser aprovada na próxima semana no Parlamento com déficit de R$ 96 bilhões. O novo ministro da Saúde e deputado federal licenciado Ricardo Barros (PMDB-PR), que foi relator da proposta de Orçamento, afirmou que o governo da presidente afastada Dilma Rousseff (PT) enviava corriqueiramente orçamentos com receitas superestimadas. Segundo ele, apesar da aprovação prevista da revisão da meta fiscal com déficit de R$ 96 bilhões, esse rombo certamente será revisto.
– Teremos certamente um déficit fiscal superior aos R$ 96 bilhões e terá de se reavaliar essa questão – disse. – Temos R$ 230 bilhões de restos a pagar que, obrigatoriamente, serão cumpridos por serem impositivos – completou
Ainda sobre a questão fiscal, Jucá afirmou que projetos de lei de aumento encaminhados e negociados com servidores serão mantidos, mas destacou:
– O governo afastado enviou ontem (quinta) sete projetos de reajustes que ainda serão avaliados.
Segundo Jucá, o governo deve seguir trabalhando junto com Casa Civil para um novo procedimento de gestão e governança pública. "O processo de gasto da máquina será racionalizado e permanentemente acompanhado para ser eficaz", afirmou o ministro.
Estabilidade
Romero Jucá afirmou que, "com estabilidade do clima político", o governo do presidente em exercício, Michel Temer, poderá contar "rapidamente" com o ingresso de recursos de algumas medidas que estão no Congresso.
– Existe uma série de ações voltadas para consolidação de um novo modelo econômico – disse. – Ações são complementares, mas medidas certamente levarão à queda da inflação e dos juros – concluiu.
Segundo Jucá, o novo modelo econômico da gestão Temer será "mais estável, equilibrado, menos intervencionista, menos ideológico e menos centralizador".
– As reformas e mudanças avançarão a passos firmes e com muita responsabilidade – afirmou.
Jucá citou a criação de uma secretaria, dentro do Ministério da Fazenda, para a área de Previdência Social. Ele destacou que a Previdência é uma conquista do povo brasileiro e que o objetivo é buscar um modelo sustentável.
– Queremos que o aposentado de hoje e o de daqui 15 anos possam receber na integralidade o que devem receber – disse.