
Um problema que parece não ter fim. Segundo delegados de polícia ouvidos pela Rádio Gaúcha, as celas das delegacias da Grande Porto Alegre voltaram a ficar lotadas e nesta quarta-feira já estão com 64 pessoas que foram detidas desde a noite passada, ou que não foram transferidas para casas prisionais. As informações são da Rádio Gaúcha.
Na terça-feira, a polícia e a Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe) conseguiram remanejar alguns presos, mas não foi o suficiente para resolver o impasse. O fato se deve à interdição judicial do Presídio Central e da Modulada de Charqueadas, ambos superlotados.
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Na manhã desta quarta-feira, o Palácio da Polícia está com 12 presos e a 3ª Delegacia de Pronto Atendimento, na zona norte, está com 12. As portas do prédio, que sempre ficam abertas para facilitar o atendimento ao público, foram fechadas e há presos algemados em salas de contenção porque na cela não há mais espaço.
A situação é crítica também em Canoas, com 19 presos, em Viamão, com 10, e em Gravataí, com 8. São Leopoldo e Novo Hamburgo têm cinco detidos e Alvorada dois. Na segunda-feira havia cerca de 50 presos nestes locais, hoje são mais de 60, no entanto, na última sexta-feira havia cerca de 100.
Os delegados estão tentando encontrar vagas em presídios e voltaram a relatar que estão evitando cumprir alguns mandados de prisão devido à falta de vagas. Tanto é que algumas operações policiais não estão ocorrendo na Região Metropolitana. A Susepe informa que faz o remanejamento de presos conforme a disponibilidade de vagas, mas sempre respeitando as decisões da Justiça.
Em relação ao questionamento dos delegados sobre a transferência de presos para o novo presídio de Canoas, a Susepe diz que vai seguir com o propósito de enviar apenas apenados com perfil diferenciado e sem envolvimento com facções criminosas. O complexo tem um dos quatro módulos prontos. Neste primeiro módulo são 393 vagas e já há 118 detentos. São presos ligados a grupos religiosos e que têm bom comportamento.
A superintendência não fala em prazos para conclusão de obras dos outros três módulos. Ao todo, serão 2,8 mil vagas que poderiam desafogar o Presídio Central. Mas a própria Susepe lembra que o complexo de Canoas, por enquanto, não está sendo tratado como uma alternativa para a superlotação de outras casas prisionais.