
Um homem de 27 anos foi encontrado morto dentro de um Fiat Palio na noite desta terça-feira, no bairro Santa Tereza, zona sul de Porto Alegre. Norberto Soares Vieira era quem estava ao volante quando foi alvejado por diversos tiros de pistola em uma via lateral à Avenida Moab Caldas. A Polícia Civil não tem suspeitos, mas sabe que a vítima não tinha antecedentes criminais e que o carro, registrado em seu nome, estava com a documentação em dia.
– Ainda não sabemos o que aconteceu. Vamos investigar, ouvir testemunhas. Por enquanto não temos suspeitos – afirma o delegado Carlo Butarelli.
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Com medo, moradores da rua disseram não terem visto nada, apenas escutado o barulho dos tiros. Segundo o comandante do 1º Batalhão de Polícia Militar, tenente-coronel Kleber Rodrigues Goulart, a vítima não era moradora da Vila Cruzeiro.
Prima de Vieira, Elisângela Lima, de 33 anos, conta que ele trabalhava na construção civil e que tinha ido até o local para visitar parentes.
– Estava na hora errada e no local errado. Ele não tinha problema com ninguém – diz.
O crime ocorreu no momento em que uma reunião sobre as condições de segurança no posto de saúde da Vila Cruzeiro era realizada no local. O encontro contou com a presença de Goulart, do vice-prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo, funcionários da unidade de pronto-atendimento, líderes comunitários e vereadores. Melo utilizou as redes sociais para comentar o episódio:
Médicos decretam estado de greve
Após o crime, os médicos do posto da Vila Cruzeiro decretaram estado de greve. Com a medida, eles podem paralisar o atendimento em breve. Conforme o presidente do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), Paulo de Argollo Mendes, os profissionais desejam que os atendimentos sejam prestados em outro local devido aos recentes casos de violência registrados nas imediações.
– Não dá para deixar a população sem atendimento, mas também não dá para ficar no meio do tiroteio – destacou.
– É consenso que o local não é seguro, que a segurança pública não consegue controlar a situação. Queremos transferir a estrutura a outro local para que os serviços e a assistência à população sejam garantidos. Hoje é um risco à vida de médicos, demais funcionários e pacientes continuar lá – explicou o diretor do Simers, Jorge Eltz, por meio de nota divulgada pela entidade.
Em entrevista à Rádio Gaúcha, na manhã desta quarta-feira, Sebastião Melo afirmou que não existe a possibilidade de transferência do posto para outro local.
– O que combinamos na reunião é que a guarda ficará 24 horas lá no posto. Se ela tiver que sair, encostará uma caminhonete da Brigada Militar. Nos horários de entrada e saída, também se combinou que haverá uma ronda da BM. E autorizamos ainda a contratação de dois seguranças – ressaltou o vice-prefeito.