
Neste domingo, diversas manifestações pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff e pelo fim da corrupção foram organizadas no país. Grupos se mobilizaram nas cidades de Brasília, Salvador, Belém, Rio de Janeiro e Ribeirão Preto. Confira mais detalhes:
Em Brasília
O movimento começou às 10h30min em frente à Catedral Metropolitana, no Complexo Cultural da República, e foi encerrado com o céu fechado e a chuva que se iniciou por volta das 12h30min. Por volta das 11h, os manifestantes seguiram caminhando pela Esplanada dos Ministérios, em direção ao Congresso Nacional.
Vestidos em maioria de amarelo e portando a bandeira do Brasil, os participantes cantaram o Hino Nacional. Faixas com palavras de ordem foram instaladas no gramado em frente ao Congresso - algumas delas pediam o afastamento do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
A manifestação também contou com a leitura de um manifesto, produzido pelos organizadores dos movimentos Vem Pra Rua e Brasil Livre, que pediam "coragem" aos parlamentares e cobravam do Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, "a prisão dos políticos envolvidos da Lava-Jato".
Participantes desfilaram carregando um caixão com uma caricatura da presidente Dilma Rousseff e coberto pela bandeira do PT. Houve confusão e empurra-empurra entre os manifestantes para poder tocá-lo. Ao fim do protesto, eles queimaram o caixão, fazendo um enterro simbólico da presidente.
O movimento foi pacífico. Muitos levaram os filhos pequenos e aproveitaram a Esplanada fechada para passear. A Polícia Militar do Distrito Federal estima a participação de 3 mil pessoas no auge da manifestação, embora não tenha confirmado um número oficial.
Em Salvador
Pouco mais de 500 pessoas, segundo a Polícia Militar, ocuparam, na manhã deste domingo, a área do Farol da Barra, principal ponto de manifestações populares de Salvador, na Bahia.
O público presente pediu o seguimento do processo de impedimento e das investigações da Operação Lava-Jato.
Em Belém
Cerca de 5 mil pessoas, de acordo com a organização, participaram da caminhada realizada na manhã deste domingo. Conforme a polícia, foram 1,2 mil. O protesto teve a participação do deputado federal delegado Éder Mauro (PSD-PA) - o partido faz parte da base aliada do governo e tem o ministro das Cidades, Gilberto Kassab.
Na capital paraense, a manifestação iniciou por volta das 9h30min com caminhada no entorno da Praça da República. Logo no início da movimentação, integrantes da Central Única dos Trabalhadores (CUT), a favor do governo Dilma, aparecem no local, o que gerou um princípio de tumulto. A Polícia Militar teve que intervir para controlar a situação.
Os participantes seguiram para a Praça Batista Campos, onde terminou o ato.
No Rio de Janeiro
Os manifestantes se concentraram na Avenida Atlântica, em Copacabana, zona sul do Rio, na altura do Posto 5, às 13h. O protesto contou com a participação do deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ), que chegou pouco antes do meio dia. O político foi bem recebido e parou para fazer selfies e receber abraços.
- Vim porque sou cidadão. Recebi convites para estar em Manaus, Porto Alegre, Recife, Fortaleza. Nos outros (Estados), não estive porque estava viajando - disse o parlamentar.
A manifestação também serviu para o recolhimento de assinaturas em favor do projeto do Ministério Público Federal (MPF) que pede apoio para a implantação de dez medidas contra a corrupção. Luiz Alexandre, do movimento Vem Pra Rua, era um dos responsáveis.
- Isso aqui independe de partido, depende de caráter. Assina quem tem ética - declarou.
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Em Ribeirão Preto
Há divergências com relação ao número de participantes. Segundo a Polícia Militar, foram 2,5 mil pessoas, mas os organizadores falam em até 10 mil presentes no evento. Por conta da chuva no final do evento, muitos manifestantes dispersaram antes do ato de encerramento do protesto.
Marcado para começar às 10h, o movimento reunia no horário apenas cerca de cem pessoas na Praça XV, região central de Ribeirão Preto. Por volta das 11h, após lideranças da manifestação - organizada pelos movimentos Brasil Limpo e Vem pra Rua - solicitarem aos presentes que convocassem amigos pelo WhatsApp, a passeata começou.
Em cima de um trio elétrico, um cover de Michael Jackson dançava uma paródia da música "Thriller". Em vez de "Thriller/Thriller night", a parte mais popular do refrão dizia "Impeachment/Impeachment Já". Além de não haver incidentes, o comércio funcionou normalmente.
Em São Paulo
A manifestação deste domingo começou por volta das 13h em São Paulo. Até as 14h, o número de pessoas era visivelmente menor do que nas manifestações anteriores na Avenida Paulista.
- A gente já esperava que a manifestação de hoje tivesse menos gente, já que tivemos só dez dias para organizar - diz Rogério Chequer, porta voz do Vem Pra Rua, um dos organizadores do protesto.
Uma das novidades desta manifestação foi a participação da Fiesp, que levou para a Avenida Paulista uma orquestra, um pato inflável amarelo gigante, símbolo da campanha contra o aumento de impostos e distribuiu bexigas para protestar contra a intenção de recriar a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF).
Em Belo Horizonte
A Polícia Militar de Minas Gerais informou que, no auge da manifestação pelo impeachment, que acontece na Praça da Liberdade, região centro-sul da Capital, por volta das 14h30min, eram cerca de 5 mil participantes. Na última manifestação contra o governo Dilma, em 16 de agosto, cerca de 6 mil pessoas estiveram na praça.
Políticos do PSDB, como o deputado estadual João Leite e o deputado federal Rodrigo de Castro, compareceram no local, mas não fizeram nenhum discurso público. Segundo João Leite, apesar de o protesto ter sido menor que os anteriores, as pessoas estavam muito indignadas:
- Quase agridem a gente querendo que façamos alguma coisa. Fiquei consternado - disse o parlamentar.