O parlamento grego aprovou a solução dos credores para a dívida do país, o Eurogrupo saudou a decisão como "um passo importante na reconstrução da confiança" e o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, afirmou que a necessidade de reestruturação da dívida grega é "indiscutível". Resta, porém, um cético na Europa: o ministro das Finanças da Alemanha, Wolfgang Schäuble.
Horas depois da decisão do parlamento grego, Schäuble disse à rádio pública alemã Deutschlandfunk que "muita gente, também no governo alemão" está convencida de que a saída temporária do país da zona do euro seria "uma solução muito melhor para a Grécia e para os gregos".
Desenho do plano de socorro à Grécia divide europeus
A respeito da tese de perdão parcial da dívida, defendida pela diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, e pelo presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, Schäuble disse:
- Ninguém sabe como vai ser sem uma redução (da dívida)
. Esta é a situação.
Mas acrescentou:
-Uma redução é incompatível com o pertencimento à união monetária.
Luiz Antônio Araujo: Sonambulismo
Schäuble é visto como um dos baluartes da austeridade no interior do governo alemão. Suas declarações, porém, indicam distanciamento em relação às feitas pela chanceler alemã, Angela Merkel, que não cogitou o desligamento da Grécia da zona do euro desde o início da atual crise.