Ex-Inter, Barão é um dos idealizadores de projeto para 186 crianças

Se você der uma caminhada pelo Bairro Granja Esperança, em Cachoeirinha, vai perceber que os meninos de sete a 15 anos estão mais fortes e cheios de disposição. A "culpa" é do ex-jogador do Inter Barão, 36 anos, e do líder comunitário Anderson Farinha, 33 anos.

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Há pouco mais de um ano, eles dão aula de futebol de graça para a molecada dali e de regiões próximas - aparece gente até de Gravataí para bater uma bola e aprender com o mestre Barão, no projeto Vasco da Granja Ressuscitando Esperança, que tem 186 crianças matriculadas.


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Os encontros acontecem às segundas, quartas e sextas, das 18h às 20h, na Praça da Juventude, no Bairro Granja Esperança, em Cachoeirinha.

- Há anos, vinha procurando um trabalho como este porque sempre tive desejo no coração de ajudar as pessoas e, graças a Deus, consegui me preparar para isso. Fiz curso de treinador e sou formado em Educação Física. O pessoal do Inter até me convidou para trabalhar na base, mas meu coração está nesse projeto social - explica Barão, que também é morador da Granja.

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Anderson Farinha, presidente da Associação Comunitária Granja Esperança Unida (Apogeu), foi quem teve a ideia de ensinar futebol no bairro.

- Senti a necessidade de tirar as crianças das ruas, para evitar que usassem drogas. Foi ótimo quando o Barão apareceu - conta ele.


 Parceria
 
Além dos dois, a escolinha conta com outros parceiros, como o Guilherme Costela, estudante de Educação Física que era goleiro do Panambi até o ano passado.

- Faço a preparação física dos guris e ajudo no treinamento dos goleiros - explica Guilherme.

Outra ajuda muito bem-vinda é a do Anderson Schneider. Ele é pastor da Igreja Internacional Poder e Fé, no Bairro Fátima, em Cachoeirinha, mas já jogou em times como o Inter e a Ponte Preta. De vez em quando, bate uma bolinha com a gurizada, mas o joelho baleado não deixa muito mais do que isso, e sua tarefa no projeto social é levar o lanche.

- Peço doações na igreja para trazer sanduíche, suco e cachorro-quente. Para algumas famílias, consigo até doações de cesta básica. Só não ajudo muito no
futebol - diverte-se Anderson.
 
Esperança de uma carreira nos campos de futebol
 
Além de ensinar a gurizada, Barão encaminha os mais talentosos para peneiras em grandes clubes de futebol. Um dos craques da praça, que pode fazer carreira nos gramados, é o Brayan Livramento da Silva, dez anos, morador da Granja Esperança e estudante do quinto ano do ensino fundamental que é a cara do Messi!

- No colégio, todo mundo diz que eu sou igual a ele, mas o meu cabelo é do Guerrero (jogador do Flamengo) - destaca o baixinho, fã do jogador argentino.


Capitão do sub-11, Brayan atua na lateral esquerda, mas quer voltar a ser atacante como seu ídolo:

- Foi o Barão que me colocou para jogar na lateral porque eu corro mais nessa posição. Ele queria me levar para o Inter, mas eu quero ir para o Grêmio. Com 14 anos, eu vou jogar na base.
 
Viagens
 
Outros craques do time são Nathan Alexsander e Artur de Matos Oliveira, ambos de 12 anos. Desde os cinco anos, os dois sonham com um futuro como jogador de futebol. Estão no caminho: com o incentivo de Barão, eles têm viajado para campeonatos de futebol pelo Estado.

- O futebol pode mudar o futuro da minha família - resume Nathan.


 Caminhada por um sonho
 
O casal de recicladores Roselene Monteavaro, 36 anos, e Emerson Soares, 43 anos, da Vila Tom Jobim, em Gravataí, não mede esforços para ver os olhinhos dos filhos Joabe Pichani, 11 anos, e Nicolas Pichani, sete anos, brilhando. Eles caminham mais de uma hora para ir à Praça da Juventude, onde os guris jogam duas vezes por semana. Levam junto outras nove crianças da vizinhança.

- É o sonho dos meninos jogar futebol. Quando conheci o Barão, em outro ginásio de Cachoeirinha, fiquei apaixonado pelo projeto. Ele esteve lá em casa, e eu vou fazer todo esforço para trazer meus guris - disse Emerson, emocionado.


- Eles são uma inspiração para continuar - completa Barão, que planeja dar aulas de futebol na Vila Tom Jobim.

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Você pode ajudar?

Todos que trabalham no projeto social são voluntários. Como há muitas crianças carentes no elenco, há necessidade de roupas, tênis, bolas, coletes, voluntários, alimentos e até de grama sintética para o campo. Toda ajuda é bem-vinda.

- Quem sabe algum amigo jogador banca esse gramado?! Também precisamos de professores de Educação Física - provoca Barão.

O telefone para ajudar é 8238-2581.

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