A morte do menino Matheus de Oliveira, de seis anos, vítima de uma bala perdida na tarde desta quarta-feira, na zona Norte de Joinville, precisa ser usada como um momento emblemático de reação da segurança pública na cidade.
Essa é a avaliação do prefeito Udo Döhler, que pretende buscar uma parceria imediata e sem amarras burocráticas do governador Raimundo Colombo para aumentar a sensação de segurança na cidade.
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Udo disse ter falado pela manhã com a Polícia Militar e a Polícia Civil de Joinville e se reunirá ainda nesta quinta-feira à noite com Colombo para discutir o assunto.
- Vou aproveitar esses episódios, que são emblemáticos, e usá-los como argumento para buscar uma solução, não apenas quantitativa, mas qualitativa em termos de efetivo, viaturas, câmeras, e tudo mais. Se não conseguirmos estancar, vai ficar cada vez mais preocupante - disse o prefeito.
Pela manhã, o governador chamou o secretário de Segurança Pública, César Augusto Grubba, para conversar sobre o que houve em Joinville. Determinou que o secretário fizesse um relatório com os investimentos feitos na cidade e as medidas que serão adotadas nos próximos meses em Joinville.
O resultado será apresentado nesta quinta à noite, na palestra que o governador fará durante o encerramento do ciclo de debates estratégicos de Santa Catarina. A exposição de aproximadamente 45 minutos será no anfiteatro do Colégio Elias Moreira, às 19h30. a expectativa é de que a segurança pública volte a ser um dos temas principais do encontro.
Confira a entrevista com o prefeito Udo Dohler:
A Notícia - Embora segurança não seja um dever do município, o que o prefeito pode fazer para estancar essa onda de violência?
Udo Dohler - Procurei me inteirar dos dois casos para entender o que houve. Ambos envolveram pessoas relacionadas a desvios de conduta. Procurei me inteirar das duas situações. Conversei com a Polícia Civil e a Polícia Militar para entender como essas situações ocorreram. Foram, na verdade, prestação de contas de contraventores.
AN - Mas prefeito, houve um caso de bala perdida, um menino de seis anos morreu...
Udo - O que eu quero dizer com isso é que o problema é bem mais complexo do que nós imaginamos. O aumento do efetivo não resolve, não é uma solução completa. O avanço da criminalidade tem sido algo muito complexo. Estarei hoje com o governador Raimundo Colombo cobrando alguma medida.
AN - Um homem que estava saindo de um shopping foi executado. Não é algo que exige uma investigação, uma medida mais enérgica?
Udo - Isso também realmente é complicado demais. Não há como fazer uma barreira, impedir o ingresso das pessoas no shopping. As câmeras de monitoramento ajudam, a vigilância eletrônica ajuda. Hoje, os assaltos que ocorrem nos shoppings são frequentes, mas não há como identificar quem circula. O polícialmento ostensivo ajuda muito. Mas não se pode ampliar um policiamento assim pela cidade toda.
AN - E como o município pode fazer sua parte?
Udo - O município desenvolveu uma ação, que é inicial e deve ser ampliada. Temos a nossa guarda municipal, que não tem a finalidade de combater o crime, mas de prevenir com que ele aconteça. Ela cuida essencialmente das nossas escolas e de nossas crianças, dos nossos alunos. Temos esse acompanhamento. Quando um traficante se aproxima, a guarda age rapidamente. Conseguimos um avanço importante.
AN - A conversa com o governador pode ser mais definitiva?
Udo - Vou aproveitar esses episódios, que são emblemáticos, e vou usá-los como argumento para buscar uma solução, não apenas quantitativa, mas qualitativa também, em termos de efetivo, viaturas, câmeras, e tudo mais. Se não conseguirmos estancar, vai ficar cada vez mais preocupante.
Segurança
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