Desde as 9h desta segunda-feira, a Justiça de Três Passos, no noroeste do Estado, prossegue a fase de instrução do processo do Caso Bernardo com os depoimentos de sete testemunhas de acusação. Assim como na primeira audiência, a ré Edelvânia Wirganovicz, denunciada por homicídio triplamente qualificado, deve estar presente.
O médico Leandro Boldrini, a madrasta Graciele Ugulini e o irmão de Edelvânia, Evandro Wirganovicz, não vão comparecer. A presença dos quatro réus acusados de assassinar o menino Bernardo Uglione Boldrini só é exigida quando eles forem inquiridos. Ainda não há data prevista para isso ocorrer.
As sete testemunhas de acusação arroladas para falar hoje são o casal Carlos e Juçara Petry - que costumavam acolher o garoto -, a professora dele, Simone Müller, a ex-babá, Elaine Marisa Wentz - que relatou uma tentativa de asfixia da madrasta -, e a ex-secretária de Leandro, Andressa Wagner. Mais duas pessoas são aguardadas pelo juiz Marcos Luís Agostini.
Simone foi a primeira a falar. Entre outras coisas, ela disse que Bernardo era proibido por Boldrini de falar na mãe, Odilaine Uglione, morta em 2010. A professora também contou que o menino demonstrava incômodo para relatar como era a relação familiar.
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Outras testemunhas estão sendo ouvidas por carta precatória. Ao todo, serão 77 depoimentos antes da conclusão do trabalho de Agostini, que decidirá se os réus vão a Júri Popular.
A Brigada Militar faz a segurança externa do Foro para evitar protestos. Na primeira audiência, em agosto deste ano, a comunidade de Três Passos se manifestou contra Edelvânia com gritos de assassina e bruxa.
Imagens revelam ameaças sofridas por Bernardo
A delegada Caroline Bamberg Machado afirmou, no mês passado, que a Justiça recebeu um vídeo periciado no telefone de Boldrini que revelaria que o médico e a madrasta do menino, Graciele Ugulini, ridicularizavam as reclamações de Bernardo sobre as agressões sofridas em casa. Zero Hora teve acesso à íntegra da gravação de 28 minutos em que Bernardo recebe veladas ameaças da madrasta em casa. ZH publicou outras imagens feitas em um celular pelo médico, que mostram o que parecia ser uma prática de Boldrini e de Graciele: gravar as brigas e reações do garoto.