
O escolhido para chefiar a Polícia Civil gaúcha vem do mais importante organismo de repressão ao crime organizado no Rio Grande do Sul. Diretor do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), Guilherme Wondracek tem 47 anos, sendo 22 anos na corporação.
O delegado substitui Ranolfo Vieira Junior, que ocupava o cargo desde o início do governo Tarso Genro e, agora, licencia-se para concorrer a deputado estadual pelo PTB. O anúncio oficial do nome de Wondracek deve ser feito na manhã desta quarta-feira, na sede da Secretaria da Segurança Pública (SSP).
Desde quando foi tornada pública a saída de Ranolfo para concorrer no pleito de outubro, iniciaram-se as especulações sobre quem seria seu substituto. Nomes como o do subchefe, Ênio Gomes de Oliveira, o do diretor do Departamento de Polícia Metropolitana (DPM), Antônio Vicente Vargas Nunes, e o do coordenador do Comitê Gestor do Programa RS na Paz, Carlos Sant'Ana, foram lembrados. Nos últimos dias, Wondracek apareceu como um dos favoritos.
O delegado é constantemente elogiado pelo trabalho à frente do Deic, posto em que está desde 2011. Só no departamento, Wondracek atuou por 11 anos (de 1999 a 2001 e de 2005 a 2014), passando pelas delegacias de Capturas e de Roubo de Cargas. Nos últimos anos, teve como um dos grandes desafios as investigações de responsáveis por roubos a agências bancárias.
Natural de Ijuí, no noroeste do Estado, ele é formado em Direito pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). Ingressou na Polícia Civil em 1991 e teve experiência em diferentes áreas, como delegacias de interior e o Departamento Estadual da Criança e do Adolescente (Deca).
Em janeiro de 2000, Wondracek comandou a operação que prendeu o assaltante de carros-fortes Cláudio Adriano Ribeiro, o Papagaio, que naquele momento era o homem mais procurado do sul do Brasil. A prisão, no litoral sul de Santa Catarina, ocorreu sete meses após Papagaio ter fugido da Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc) - foi o primeiro criminoso a escapar da penitenciária considerada, até aquele momento, inexpugnável. O novo chefe da Polícia Civil também participou, em abril de 2006, da caça ao criminoso que, à época, era considerado o procurado número 1 de Santa Catarina e Rio Grande do Sul: o assaltante José Carlos dos Santos, o Seco.