Para o presidente da Federação Gaúcha de Futebol (FGF), Francisco Novelletto, a fórmula sem campeões de turno, a retomada de uma presença marcante da zona sul do Estado e a dupla Gre-Nal em seus novos e modernos estádios são as principais atrações do Gauchão 2014, que começa em 19 de janeiro. Confira trechos da conversa com Novelletto:
Zero Hora - Como o senhor avalia a mudança no formato do Gauchão?
Francisco Novelletto - Até por uma necessidade, fizemos a adaptação. Mas a fórmula não mudou. Para o rebaixamento, continua a mesma. Diminuímos apenas um mata da primeira fase. São quatro datas a menos. Não mexemos na fórmula, só mudamos o sistema para descobrir o campeão.
ZH - Quais são os principais atrativos dessa edição?
Novelletto - A zona sul vem forte, com três equipes, o que não acontecia há um bom tempo. Vamos ter grandes clássicos. Tem ainda a situação de Grêmio e Inter, também, que ano passado não tinham os novos estádios (Grêmio jogou parte do campeonato ainda no Olímpico, e o Inter, pelo Interior). Mesmo que o Inter jogue apenas a parte final no Beira-Rio, isso torna o campeonato mais forte.
ZH - Como a FGF trabalha com a desvalorização dos estaduais pelos clubes grandes?
Novelletto - Isso acontece em todos os Estados onde há clubes que disputam a Libertadores. O Gaúcho é mais fácil de ganhar, para a dupla Gre-Nal é entre os dois. Libertadores tem times de todo o continente. Se eu fosse presidente de clube, não desprezaria o Gauchão, porque é a grande chance de levantar uma taça. Pela reunião que nós tivemos com Grêmio e Inter, nas duas primeiras rodadas eles vêm com time B, mas depois já jogarão com o time principal.
ZH - Ano passado, a média de torcedores nos estádios foi baixa. Foi feita alguma ação para atrair o público?
Novelletto - O Grêmio jogou todo o campeonato com o time misto. O Inter também jogou em várias cidades. Por isso, a média foi baixa. Voltando ao normal, a média já aumenta. O retorno dos clubes da zona sul, com bastante potencial de arrecadação, também ajuda.
ZH - Santa Catarina mostrou força entre os pequenos. Como estão os pequenos do Rio Grande do Sul?
Novelletto - Lá eles não têm dois monstros como a dupla Gre-Nal. Lá, cada um é muito regionalizado, Joinville, Criciúma, Chapecó. Aqui, a dupla Gre-Nal absorve tudo. É um pé de Araucária, embaixo não nasce nada. O Gaúcho paga R$ 1 milhão para equipes do Interior, e R$ 5,5 milhões para a dupla Gre-Nal. Os times de Florianópolis recebem R$ 200 mil, assim como todos os outros do Catarinense. Não é uma questão de dinheiro, é a força da dupla Gre-Nal.
ZH - Reduzir os estaduais é a maneira de arrumar o calendário do futebol brasileiro?
Novelletto - O nosso não vai ser mexido mais, permanece em 19 datas. Falam muito dos pedidos de mudança, só que não se fala dos 20 a 30 atletas que todo o dia batem na porta da federação e que gostariam de arrumar um clube. Gostariam de jogar todos os dias, se pudessem.