
Como se estivesse no comando da sua própria versão do inferno, Ozzy Osbourne arregalou os olhos pintados de preto e brincou de enlouquecer a plateia que lotou o estacionamento da Fiergs, na Capital, na noite desta quinta-feira. Por duas horas de show, qualquer movimento do príncipe das trevas era motivo de gritaria.
Ao final do espetáculo, depois de pular muito ao som de Dirty Women, ele ainda provocou:
- Vamos combinar o seguinte: esta é a ultima música, mas, se vocês enlouquecerem muito, tocamos mais duas ou três - declarou, antes dos primeiros acordes de Children of the Grave.
Causando surpresa entre os que esperavam no máximo um show pontual, o Black Sabbath subiu ao palco às 21h42min - 18 minutos antes da hora marcada. Com War Pigs, do disco Paranoid, de 1970, Ozzy Osbourne abriu a apresentação, levando a multidão ao delírio.
A segunda da lista de Ozzy foi Into the Void, clássico do disco Master of Reality, já mostrava que a banda seguiria o repertório anunciado. Antes de Under the Sun, sem qualquer motivo aparente, Ozzy faz barulhos de cuco e esbraveja:
- Eu sou muito louco.
Confira como foi o ao vivo do show:
A primeira música do novo álbum 13 a ser tocada foi Age of Reason - e teve recepção fraca dos fãs. Ao todo, foram apresentadas três músicas do disco. O visual foi o de sempre: Ozzy de camiseta lisa preta e Iommi de sobretudo de couro e óculos.
Se a sequência Black Sabbath/Behind the Wall of Sleep diminuiu um pouco o ritmo do show, com N.I.B. e o solo fantástico de Geezer Butler o público voltou a vibrar com toda força. O mesmo aconteceu na vez do solo de bateria de Tommy Clufetos.
Na execução impecável de Fairies Wear Boots foi possível perceber o quanto a voz de Ozzy, no alto de seus 64 anos, continua impressionante.
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Um dos pontos mais altos da apresentação foi na execução de Iron Man, quando o público foi ao delírio total. Cantou os riffs como se fosse grito de torcida de futebol.
Paranoid foi a escolhida para o momento de retorno ao palco, antes do tchau definitivo - que veio com exatas duas horas de show, às 23h45min. Eles encerram a noite sem tocar outra música que normalmente entra no bis, Zeitgeist, mas entregaram um show enérgico e tecnicamente impecável, digno de uma banda com quatro décadas de estrada.
Ao contrario do Megadeth, que fez um dos shows de abertura e empolgou os fãs que aguardavam as estrelas da noite, o Sabbath usou poucos recursos visuais no palco, além da iluminação e de um telão passando imagens do show. A qualidade do som foi ótima, sobretudo se comparada a outros shows no local.
Confira as fotos do show:
Confira como foi o ao vivo do show: