Apesar de ficar conhecido como pior do Brasil, com a maioria dos pavilhões superlotada, estrutura física e redes elétrica e de esgoto condenadas por especialistas em edificações, o Presídio Central de Porto Alegre dá sinais de melhorias.
Depois do ultimato que levou a Associação dos Juízes (Ajuris) a liderar uma representação na OEA, por desrespeito aos direitos humanos - ainda sem decisão -, uma série de ações tem refletido positivamente dentro da cadeia.
Foto: Ronaldo Bernardi
Uma delas é a nova cozinha que entrou em funcionamento, melhorando a qualidade da comida e reduzindo desperdícios. Outra medida salutar foi a criação de uma ala exclusiva para apenados dependentes químicos que aceitaram tratamento para se livrarem do crack e da cocaína.
Em termos de aparência, pintura de grades e paredes, exibição de quadros e esculturas, e instalação de novos pisos e calhas para evitar fios soltos, emprestam um aspecto mais sociável a alguns setores. O mesmo ocorre em corredores, com a colocação de ventiladores para eliminar o forte odor de suor, característico de lugares de confinamentos em massa.
Foto: Ronaldo Bernardi
Conforme o diretor do presídio, tenente-coronel da BM, Rogério Maciel, parte das benfeitorias é fruto de recurso oriundo de uma usina de reciclagem de lixo, que entrou em operação em meados do ano passado e rende até R$ 5 mil mensais, com a venda de plásticos e material reaproveitável.
- Há duas semanas, começamos a distribuição de pratos, copo e colheres plásticas, além de escova e pasta de dentes e sabonete para os presos, utensílios que o Estado não fornecia, comprados com dinheiro do lixo.
Segundo Maciel, é possível reformar as galerias, os pátios e as tubulações de esgotos danificados com recursos da reciclagem.
- Estamos pedindo ao Estado fios elétricos, tintas e sanitários. Para o resto, contamos com doações e aproveitamos a mão de obra prisional.