Com uma média de público de pouco mais de 600 torcedores nas partidas disputadas no interior do Rio Grande do Sul, pelo Campeonato Gaúcho, os preços dos ingressos e os valores da alimentação e das bebidas nos estádios têm sofrido críticas constantes. As cifras, no entanto, para o presidente da Federação Gaúcha de Futebol (FGF), Francisco Novelletto, apenas condizem com a realidade de um espetáculo.
Novelletto é taxativo ao afirmar que discorda dos críticos dos valores tanto dos bilhetes quanto da alimentação nos estádios gaúchos.
- A FGF determina um valor mínimo. O clube se adapta ao jogo, à valorização do jogo, se é contra a Dupla ou valendo (se vale pontos). Minha empresa vende (ingressos para) no mínimo mais de 30 shows por semana. E não se encontra ingressos por menos de R$ 80, R$ 100. Por que o futebol é tão barato? Por que não tem tantos jogos importantes? - questionou.
Em seguida, lembrou do amistoso que a Seleção fará na Arena do Grêmio, em junho, contra a França:
- E se você cobra R$ 100 um ingresso de Seleção? Em junho, o mínimo vai ser R$ 100. E já prevejo o que vai ter de crítica quanto a este valor - declarou, em entrevista aos jornalistas Marco Antonio Pereira e Luiz Augusto Alano, no programa Dose Dupla, da Rádio Gaúcha, nessa segunda-feira à noite.
Em seguida, lembrou os jogos que acontecem na Arena.
- Na Arena, se o Grêmio cobra R$ 50 uma arquibancada, todo mundo critica. Para um show (de música), não. Futebol é feito com dinheiro. Não está caro. Alguém quer fazer média ao dizer que o futebol tem que ser feito para pessoas humildes. Mas, na hora de fazer contratações, todo mundo cobra. E dinheiro não cai do céu.
O dirigente disse que os problemas na Arena e o afastamento colorado do Beira-Rio fez com que a Federação trabalhasse ainda mais intensamente na questão dos estádios. E atribuiu o pouco público nos jogos do Gauchão a fatores como a transmissão massiva da televisão, a utilização de times mistos e as indefinições de locais dos jogos.
- O Grêmio tem problemas com a Arena e o Inter está entre Novo Hamburgo e Caxias. O Grêmio jogou dois Gre-Nais com time misto. No início, o Internacional jogou com o time B também. De sexta a domingo, foram 20 partidas, boa parte com transmissão. Com todo esse tumulto, o público diminuiu.