Bruna Scirea
Naquela manhã de quinta-feira, após os dias de calmaria carnavalesca nas ruas de Porto Alegre, a certeza até cansava:
- Acabou o sossego, agora é que começa 2013 - constatava Fábio Rodrigo Baum Bernardo, ao acompanhar o movimento do alto do viaduto da Conceição, no centro da Capital.
Desde o início do ano, o agente de trânsito da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) aproveitou os supermercados sem fila para garantir uma alimentação mais saudável - que exclui até mesmo a cerveja do fim de semana. E das ruas vazias, fez pistas por onde correu diariamente 10 quilômetros. Enquanto muitos estavam de férias, foi dedicado e tratou de botar as resoluções de Ano-Novo logo em prática. Só que a rotina de verdade tem início quando as ruas são tomadas pelos carros. Os dias se complicam e tornam-se desafiadores quando as férias acabam e as aulas voltam.
- Esse foi um verão para acertar a vida pessoal e também a profissional. Com as atividades mais definidas, ainda é possível encontrar uma certa tranquilidade na pressa do dia a dia, pois a rotina é como trabalhar no Centro: bem mais dinâmica - define.
E haja planejamento para não atropelar os planos estabelecidos lá no começo do ano.
- O pior não é retornar à vida normal, mas voltar cheio de expectativas para as quais nenhum planejamento foi feito. É preciso ter em mente que nem sempre as sinaleiras vão estar verdes, os bancos sem fila e o trânsito livre de congestionamentos. Sem programação, a expectativa se torna inimiga - explica Ana Maria Rossi, psicóloga especialista em estresse.
O conselho de Ana Maria é de que a rotina venha de forma gradual, para que a adaptação não seja traumática. A dica, que vale para quem vem de dias de descanso e para quem teve apenas semanas menos agitadas, - é tentar fazer render o descanso. E se a saudade dos dias mais tranquilos vier com a velocidade dos dias, a luz no fim do túnel pode ser o planejamento das próximas férias.