Sentado no sofá do seu apartamento, Ronny conversa com o Diário Catarinense sob o olhar atendo de Tito Lourenço, seu pai. Ao final da entrevista, o meia-atacante do Figueirense se abraça com o pequeno Pedro Luiz, seu sobrinho, de quatro meses. Ao lado da família, o atleta alvinegro estava à vontade. É por causa dela que Ronny está no futebol.
O suporte do camisa 10 alvinegro é a família. Principalmente a mãe, Esvalina Dias, e o pai. Foram eles que estavam ao seu lado no momento em que Ronny foi afastado do grupo principal do Figueirense por problemas extracampo. Mais uma vez, Tito Lourenço teve que conversar e orientar o filho, como fez em 2011, quando a então promessa do Criciúma estava envolvida com problemas na noite.
- Eu conversei com ele. Se errou, isso agora tem que ficar no passado. Tem que servir de exemplo. O importante é trabalhar e pensar no futuro, e ajudar a recuperar o Figueirense - contou Tito Lourenço, o pai vigilante.
Morando no mesmo prédio do técnico Márcio Goiano, o jogador rasga elogios ao treinador, mostrando que não ficou com mágoa pelo afastamento. Ele entendeu que aquilo foi importante para crescer e amadurecer.
Ronny admite que não soube lidar com a pressão e a visibilidade que a Série A proporciona. E que o momento é de fazer de tudo para tirar o Furacão do rebaixamento. Abraçado ao xodó da família, Pedro Lucas, o atleta segue lutando para ter o melhor na vida e no campo.
"Errei e estou tentando superar"
Diário Catarinense _ Como foi ser afastado do elenco principal do Figueirense?
Ronny _ Fiquei muito chateado, nunca esperava ser afastado. Com 21 anos ser afastado é difícil. A única coisa que eu queria era o mais rápido possível voltar ao normal.
DC _ O apoio dos seus pais foi importante nesse momento?
Ronny _ Desde que eu cheguei em Santa Catarina os meus pais estão sempre do meu lado, ajudando. E eles sabem o que eu passo. Eu sempre sento e converso com meu pai. Tudo o que eu faço é por eles. E ter eles por perto é muito importante.
DC _ Como foi a conversa do Márcio Goiano quando você voltou para o grupo principal?
Ronny _ Na verdade não teve uma conversa. É claro que ele falou comigo, mas ele já me conhece. Ele é um pessoa maravilhosa e gosto muito dele. Ele sabe que eu tenho potencial e só faltava eu acreditar nisso. Eu errei e agora estou tentando superar e corrigir. É manter o foco que eu tenho até o final.
DC _ Porque a atitude contra o Internacional foi diferente?
Ronny _ Tivemos uma postura diferente. A preleção do Márcio mexeu com a gente. Escutamos o que ele falou e levamos para o campo. Tomamos o gol, mas não desistimos e fomos para cima. Temos mudado o pensamento para o nosso time conseguir a vitória.
DC _ O que mudou do Ronny do Criciúma para o do Figueirense?
Ronny _ Não mudou muita coisa. Só que agora a pressão é muito maior. Mesmo o Criciúma sendo um time de vitrine, você jogar na Série A é diferente. Eu cheguei com grande expectativa da torcida do Figueirense. Então a cobrança aumentou e isso eu tinha que saber lidar. E agora eu estou sabendo lidar melhor. Tem que ter a cabeça no lugar e o pé no chão. Críticas e elogios vão vir e temos que saber trabalhar com os dois.
DC _ Essa pressão te assustou?
Ronny _ A dimensão de quem joga na Série A é outra. Não sei se eu estava preparado. Não estava acostumado. Mas agora está mudando. Coloquei meus pés no chão de novo e agora é dar sequência na minha vida.
DC _ As várias mudanças de técnicos no Figueirense atrapalhou a temporada?
Ronny _ Lógico que prejudica, cada cabeça pensa de um jeito e eles têm estilos diferentes. Mas, a culpa não é só deles, quem entra em campo somos nós. Nenhum treinador quis vir aqui para perder. Mas, com o Márcio foi mais fácil de trabalhar porque a maioria conhecia ele.
DC _ E a troca de presidente?
Ronny _ Não que essa troca tenha afetado o resultado dentro de campo. Mas, a gente ficou inseguro. Porque se o time estivesse bem e com vitórias o baque não seria tão grande. Mas a nossa situação era desconfortável e teve troca de diretores e presidente isso preocupou a gente.
DC _ Como é a conversa com o novo presidente, Wilfredo Brillinger?
Ronny _ É muito boa. Ele tenta sempre viajar com a gente. O que ele pode fazer ele está fazendo. O importante é saber que ele está do nosso lado.
DC _ Qual é o futuro do Ronny?
Ronny _ Nesse momento não estou pensando no futuro. Estou pensando no agora. Depois eu tenho meu pai e meus empresários para ver o que é melhor para mim. A minha prioridade é tirar o Figueirense da zona de rebaixamento. Porque se você fica pensando muito no futuro você não faz o seu presente.