Considerado um dos críticos de arte mais influentes do mundo, o australiano Robert Hughes, autor de O Choque do Novo e Barcelona, entre outros títulos, morreu nesta segunda-feira, aos 74 anos, de prolongada doença, em Nova York, segundo informou sua editora Alfred A. Knopf. Seus livros de ensaio sobre arte defendiam um diálogo estreito com o passado artístico, criticando os artistas contemporâneos pelo desprezo à tradição e às conquistas da arte moderna. ê o caso, por exemplo, de Barcelona (publicado no Brasil pela Companhia das Letras). Projetado inicialmente como um relato do período modernista ou art nouveau da cidade catalã, o livro terminou sendo o mais completo guia sobre a história e a arte de Barcelona, moldada pela política, segundo Hughes, a ponto de ser quase impossível entender uma obra como a do arquiteto Antoni Gaudí se o leitor desprezar suas referências ao passado catalão. Gaudí, como se sabe, era favorável à autonomia catalã - e um conservador em termos políticos e religiosos -, o que lhe garantiu apoio da elite da cidade, em particular o do escritor, químico e industrial Eusebi Gell.