Quase dois anos depois de anunciada a pintura do Arroio Dilúvio para conter as pichações nos taludes, a prefeitura de Porto Alegre não encontra formas de fazer o projeto sair do papel. O início do trabalho de grafite nos 21 quilômetros de lajes de concreto que contornam a Avenida Ipiranga estava previsto para o primeiro semestre deste ano.
O alto custo da compra de tintas, que pode passar de R$ 1 milhão, e a falta de empresas interessadas em patrocinar a obra frustrou o projeto. Um grupo técnico chegou a ser formado no ano passado para discutir a questão e um chamamento público em busca de patrocinadores foi lançado no começo do ano. O prazo se encerrou em março, sem interessados.
O tema foi alvo de polêmicas em 2010, quando se iniciou a revitalização do arroio. As lajes de concreto seriam um convite à pichação. Para contornar o problema, a solução encontrada foi realizar o trabalho artístico.
Segundo o titular da Secretaria Municipal da Juventude, Luizinho Martins, pela avaliação dos artistas, o local, exposto a intempéries, permitiria que a obra durasse, no máximo, oito meses, o que não compensaria o alto custo do projeto.
A outra ideia seria levar os artistas para um galpão, onde produziriam as telas em blocos e afixariam as estruturas no local. Com isso, as peças poderiam ser retiradas para conservação.
Carlos Eduardo Pacheco, um dos artistas envolvidos no projeto, diz que ainda está em estudo uma alternativa mais adequada, que faça valer a pena tamanho investimento.
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