Simpatizantes da transformação do antigo Cine Coral em um teatro se reuniram na tarde de sábado, em frente ao prédio onde funcionou o cinema, no número 624 da Rua 24 de Outubro, bairro Moinhos de Vento, em Porto Alegre. Mobilizados via Facebook, os defensores da causa tinham como meta chamar a atenção de possíveis investidores - públicos e privados. O ato culminou com um registro fotográfico.
- O evento foi muito positivo, e marcamos posição em relação ao nosso objetivo, de transformação do Coral. Acho que um teatro vem muito a calhar, principalmente porque o Moinhos está em uma área sócio-econômica muito privilegiada - ressalta o escritor Carlos Augusto Bissón, que ajudou a divulgar a ideia do grupo virtual Amigos do Moinhos de Vento.
Inaugurado em 1961 como Cine Moinhos de Vento, o Coral só passou a ter esse nome cinco anos depois. Em 1994, com a expansão de shoppings na cidade, o chamado cinema de calçada já não era mais rentável aos proprietários e fechou as portas. A área, em frente ao Parque Moinhos de Vento, foi colocada para alugar em 2008 e, um ano mais tarde, locada pela empresa de Joaquim Peroni, que instalou um shopping de fábricas no local.
- Nós tivemos dificuldades no relacionamento com os condôminos, e ações que nos prejudicaram, como a falta de documentação dos proprietários, e o shopping também acabou fechando - conta Peroni.
Nos anos seguintes, o condomínio do prédio residencial que fica acima do Coral vetou negociações por não achá-las apropriadas para a estrutura. Conforme a síndica Neusa Maria DAvila, os condôminos aprovariam a ideia de construir algo relacionado à identidade cultural do antigo cinema:
- Queremos um projeto que se encaixe no bairro e na proposta do cinema, de inspirar cultura, e não uma coisa burlesca.
O locatário afirma que também tem interesse em fazer o local funcionar como um atrativo à população. Peroni diz que investiu muito na recuperação do espaço, reformou banheiros e pintou paredes sem se desviar da arquitetura original. Mesmo com o consenso entre moradores do bairro, condôminos e locatário, faltaria um investidor para tornar o sonho realidade:
- O Coral está preparado para receber uma sala de espetáculos. É meu sonho - afirma Peroni.
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