Luís Henrique Benfica
Cotado para integrar a lista de Mano Menezes nos Jogos de Londres, o volante Fernando é a maior bandeira da antiga coordenação das categorias de base do Grêmio para comprovar a eficácia de seu trabalho.
A goleada de 5 a 2 aplicada pelo Inter no primeiro Gre-Nal decisivo do estadual de juniores foi o mote da atual direção para criticar o projeto desenvolvido no biênio 2009-2010, período em que Duda Kroeff era o presidente. E antecipou uma discussão que marcará a campanha para a sucessão do presidente Paulo Odone, em setembro.
Inconformado com as críticas, o ex-diretor Paulo Deitos desfia conquistas como os Brasileiros sub-20, sub-17 e sub-15, o Efipan de Alegrete e o estadual juvenil, todos em 2009, como prova dos bons frutos gerados na gestão passada.
Busatto, atual reserva de Marcelo Grohe, Saimon, Neuton, hoje na Udinese, da Itália, e o volante Felipe Guedes são lembrados por Deitos como jogadores revelados naquele período. Junto com Fernando, fizeram parte do time campeão sub-20. Outros exemplos citados pelo ex-dirigente são o zagueiro Gérson, o volante Misael e o meia Biteco, todos titulares do atual time júnior.
Até o lateral-direito Mário Fernandes, vendido em abril ao CSKA, da Rússia, é relacionado como um bem sucedido resultado da política da administração passada. Deitos recorda que, ao retornar de São Caetano, após a fuga, o jogador foi "adotado" durante três meses pela base, que providenciou acompanhamento psicológico e moradia para os familiares.
- Nós, sim, é que assumimos com uma base arrasada. Mais da metade dos jogadores sub-20 não tinham vínculo com o clube. Eram promessas da base, mas não pertenciam ao Grêmio - acusa Deitos, citando o volante Paulinho e o atacante Alex como jogadores que saíram de graça do Olímpico após terem sido campeões sub-20 em 2008.
Deitos sai em defesa de Edson Aguiar, coordenador técnico da base até o final da gestão do ex-presidente Duda Kroeff, no final de 2010. Contratado junto com o técnico Paulo Autuori, Aguiar é elogiado pelo ex-diretor pela introdução de uma metodologia única para todas as categorias. De volta ao Catar, Aguiar trabalha na formação de jogadores para a Copa de 2011, naquele país.
- Nada tenho contra o trabalho de Biasotto (Marco Antônio Biasotto, atual coordenador da base). Mas é uma injustiça dizer que Edson Aguiar foi um mal para o clube - afirma Élvio Pires, que assumiu a direção no lugar de Deitos em abril de 2010.
A aposta em atacantes de outros centros, sobretudo o interior paulista, em vez de investir em jogadores que já estão no clube, é apontada pelos antigos dirigentes como uma falha grave da atual coordenação da base.