Integrantes da Via Campesina e Movimentos Sociais começaram a liberar as cancelas de praças de pedágio em sete cidades do Rio Grande do Sul. Eles protestam contra a transferência do controle do serviço para a iniciativa privada. Nesta terça-feira, a Assembleia Legislativa vota a criação da Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR), uma estatal proposta pelo governo Tarso Genro para gerenciar as praças no Estado.
- Sempre nos colocamos contrários em passar os pedágios à iniciativa privada. Eles não podem controlar aquilo que é de interesse público - salienta o coordenador da Via Campesina no Rio Grande do Sul, Cedenir de Oliveira.
Os protestos ocorrem nas rodovias Porto Alegre-Uruguaiana (BR-290), em Eldorado do Sul e Charqueadas, Canoas-Iraí (BR-386), em Carazinho, Viamão-Balneário Pinhal (ERS-040), em Viamão, Santa Cruz do Sul-Venâncio Aires (RSC-287), em Santa Cruz do Sul, Porto Alegre-Rio Grande (BR-116), em Pelotas, e São Borja-São José dos Ausentes (BR-285), em Vacaria.
Em Pelotas, atividades foram normalizadas após negociação com a polícia
Foto: Nauro Júnior/Agência RBS
Em Pelotas, as cancelas ficaram abertas das 10h até aproximadamente 11h30min, quando o pedágio voltou a ser cobrado, depois de negociação com a polícia. Mesmo após a normalização das atividades, os manifestantes permaneceram no acostamento, até que se iniciou um tumulto. Um deles foi preso, por suspeita de agressão contra um funcionário da concessionária Ecosul.
O trânsito está liberado nos dois sentidos e os integrantes dos movimentos não estão mais no local. De acordo com o gerente de operações da Ecosul, Elio Nogueira, ao final do dia será feito um levantamento para determinar quanto deixou de ser arrecadado durante a ação.
A ideia, segundo o coordenador da Via Campesina, é manter as manifestações durante toda a tarde. Confira a nota encaminhada pela coordenação dos protestos:
"Integrantes da Via Campesina e Movimentos Sociais estão liberando as cancelas de praças de pedágios em 7 municípios gaúchos. A passagem gratuita para motoristas ocorre em Pelotas, Vacaria, Carazinho, Santa Cruz, Viamão, Charqueadas e Eldorado do Sul.
A manifestação é decorrente do posicionamento que os movimentos do campo e da cidade têm contra as privatizações dos serviços públicos, o que inclui o atual modelo de privatização das rodovias federal e estaduais.
A concessão de rodovias adotado no Estado, além de dificultar a livre mobilidade das pessoas e das mercadorias, possui tarifas consideradas as mais caras do País. A previsão é que a mobilização se estenda ao longo do dia em algumas praças."