Depois de 46 dias sem gerar energia elétrica, a Usina Hidrelétrica Machadinho, voltou a produzir nesta segunda-feira. A atividade, no entanto, não representa o fim do período de seca. Ao contrário: as previsões são de que a falta de chuva só deve ser normalizada totalmente com a chegada da primavera.
A usina construída sobre o Rio Pelotas, entre Maximiliano de Almeida (RS) e Piratuba (SC), tem capacidade de geração de 1.140 MW. No dia 5 de abril, quando chegou ao limite de 3% do reservatório, com 14,5 metros abaixo do nível, a usina teve atividades de geração paralisadas. Durante todo este período, foram liberados pelo vertedouro 120 mil litros de água para segundo, o suficiente para manter a vida aquática e as condições de navegabilidade do rio, abaixo da barragem.
Depois de um mês e meio sem liberar a água que entrava no reservatório, a capacidade do lago foi recuperada apenas o suficiente para reiniciar a geração. Hoje a fluência do rio é de 136 mil litros de água por segundo e reduzindo a cada dia, mas a água armazenada ao longo do período em que esteve parada permitiu que uma das turbinas fosse religada na manhã de segunda-feira. A usina de Machadinho está gerando 230 MW, representando 20% da capacidade.
Os 350 mil litros de água que estão sendo liberados pela usina Machadinho, vão garantir a continuidade de operação da Usina Hidrelétrica Itá, que fica abaixo, e que chegou no domingo à sua cota mínima.
- Sem a água de Machadinho, Itá também teria que parar - salienta o gerente das usinas, Elinton Chiaradia.
Itá está gerando 200 MW, 15% da sua capacidade. A usina Hidrelétrica Passo Fundo, que tem um bom reservatório, continua gerando com 30% da capacidade.
Conforme Chiaradia, as perspectivas são ruins para a região. A previsão de chuva para os dias 24 e 25 é de pouco mais de 25 mm de precipitação, que não servirá para aliviar a seca da região. Nesta mesma época do ano, em 2011, a usina bateu o recorde de geração.
- O ciclo hidrológico já deveria estar normalizado, este ciclo de seca forte está se repetindo a cada três anos - conta.
A expectativa, conforme Chiaradia, é que as chuvas só normalizem totalmente com a chegada da primavera.