O sobrenome é tipicamente grego, mas a língua e a cultura que mais têm encantado o estudante Rafael Monaco Papageorgiou, 24 anos, nos últimos dois anos, é o mandarim.
Os estudos da língua têm sido intensos, e o resultado já apareceu: sagrou-se campeão brasileiro na preliminar da 11ª Chinese Bridge - Competição de Proficiência da Língua Mandarim para os Universitários Estrangeiros, dia 12 de maio, em São Paulo.
O torneio reuniu 10 estudantes de mandarim selecionados por todos Institutos Confúcio espalhados pelo Brasil e teve como tema "Meu Sonho Chinês". Foram cinco avaliações:
- Convenci os jurados 60% com meu nível de mandarim e os outros 40% com a minha história com a língua, que é um pouco inusitada.
Aluno do 7º semestre de História da UFGRS e do Instituto Confúcio, da mesma instituição, Rafael despertou o interesse pelo mandarim ao ouvir o idioma sendo falado por alunos chineses, em intercâmbio na universidade, em 2010. Como não sabia nada de chinês, optou por um primeiro contato pelo Orkut. O amigo oriental escolhido se autodenominara Luís (quando os estudantes vêm para o Brasil, elegem um nome local).
- Além da trocar ideias, comecei a ajudá-lo a corrigir textos da faculdade, em português - conta o estudante.
Brigas com a namorada também em mandarim
Com a amizade um pouco mais consolidada, Rafael foi apresentado a outros amigos do chinês. Inclusive a Zhang Yi Die (no Brasil, Natalia Zhang), 23 anos, sua atual namorada. O convívio despertou ainda mais o interesse pela cultura oriental.
- Percebi que havia diferenças entre a nossa forma de se expressar e a deles. Queria entender isso - conta o estudante, que começou a estudar sozinho, em casa, com livros e na internet.
O interesse e a dedicação foram tamanhos que hoje Rafael é professor de português para funcionários da Springer, em Canoas, e numa escola de mandarim, na Capital.
- Ele estuda muito e aprende rápido. É um aluno exemplar - diz a professora dele, Fang Xianghong, 44 anos.
Rafael se prepara para a semifinal e a final do concurso, que será julho, na China. Será um oportunidade de conhecer o país e, de quebra, reencontra a namorada Natalia.
- Estou ansioso para reencontrá-la. Ela quer voltar para cá e aprender mais do português - diz o estudante.
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