Um empresário foi morto na noite desta quinta-feira em uma possível tentativa de assalto no bairro Mont'Serrat, em Porto Alegre. Aldenei Cardoso da Silva, 52 anos, foi atingido com dois tiros, um no rosto e um nas costas, por volta das 21h10min, na Rua Doutor Freire Alemão.
Uma equipe do Samu tentou reanimar Silva, que morreu no local. Ele foi abordado logo após ter estacionado uma BMW 320, prata, em frente ao número 641. Conforme uma testemunha, dois homens chegaram à Doutor Freire em um veículo que, até o final da noite desta quinta, não havia sido identificado. Um dos bandidos foi em direção a Silva:
- Ele (a vítima) encostou o carro, desceu e, quando vi, já estava no canto, abaixado, na entrada da garagem. Ouvi gritos de "levanta", "levanta" e, logo, vieram dois disparos.
Conforme o homem, que acompanhou a ação dos criminosos e pediu para não ser identificado, Silva não teria reagido, mas teria tentado fugir. Após os disparos, o bandido tentou retornar ao veículo em que chegou, mas foi deixado para trás pelo comparsa.
Ainda com a chave da BMW na mão, o homem teria saído do local do crime calmamente, caminhando. A chave foi jogada no pátio de um prédio, a poucos metros da abordagem inicial. Até as 23h20min, a polícia fazia buscas pelos suspeitos na região.
Conforme uma amiga, Silva era empresário da construção civil, tinha três filhos e um neto. Ele teria sido atingido quando chegava ao prédio da namorada, com quem tinha um relacionamento há pelo menos dois anos. A amiga, que não quis se identificar, contou que as duas chegavam ao prédio quando perceberam a movimentação e viram o corpo do empresário no chão:
- Chegamos da academia e vimos um burburinho. Ela (namorada da vítima) perguntou o que houve e vimos um homem caído no chão. Ela viu que era o sapato do "Nei" e, logo, o reconheceu - relata.
Vítima de latrocínio
Para o delegado Cristiano de Castro Reschke, a hipótese mais provável é de que Silva tenha sido vítima de latrocínio (roubo com morte). No entanto, o policial não descarta a possibilidade de homicídio:
- Inicialmente, acreditamos se tratar de um assalto, em razão do relato de testemunhas que disseram que a vítima teria reagido à abordagem. Mas não levaram nada e, conforme o andamento da investigação, pode-se apontar para um execução - explica.
A polícia busca em prédios das redondezas câmeras que possam ter registrado o carro usado pelos assaltantes, identificado por testemunhas apenas como um veículo prata ou cinza.
- As imagens podem identificar o carro, mas é difícil que peguem detalhes, como o bandido que fugiu a pé - acrescenta.
No final da noite, Zero Hora conversou com o empresário João Carlos Nunes Gomes, 46 anos, que mantinha negócios com a vítima:
- O "Nei" era meu cliente. Tenho uma loja de material de construção e, ontem (quarta-feira) ele foi lá. Estava construindo apartamentos em Viamão. O apartamento em que moro comprei dele há cinco anos - relatou
- Mais sobre:
- porto alegre
- polícia
- bairro auxiliadora
- roubo