O deputado federal Cândido Vaccarezza (PT-SP) anunciou, na manhã desta terça-feira, que está deixando o cargo de líder do governo na Câmara. A notícia foi dada pelo próprio parlamentar, ao ser abordado por repórteres no Congresso.
Em coletiva de imprensa no gabinete de liderança, Vaccarezza relatou que a conversa com a presidente Dilma Rousseff foi tranquila. Apesar de um pouco abatido, ele procurou não manifestar ressentimento com a decisão e afirmou:
- A vida continua, sigo como deputado federal. Meu principal projeto é o governo dar certo.
Para o cargo, cogita-se o nome de Paulo Teixeira, deputado por São Paulo e ex-líder do PT. O próximo líder terá importantes desafios como o Código Florestal, a divisão dos royalties e a Lei Geral da Copa.
Vaccarezza saiu do plenário do Senado quando Dilma começou a discursar.
Troca-troca no governo
Na segunda-feira, Dilma realizou outra troca de articulador do Congresso. Para o lugar do líder no Senado, Romero Jucá (RR), ela chamou o senador amazonense Eduardo Braga (AM). Ao fazer a troca de líderes, Dilma disse que pretende pôr em prática um rodízio no Senado e na Câmara.
Na semana passada, Dilma foi derrotada na recondução de Bernardo Figueiredo para a direção-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).
As mudanças feitas pela presidente visam a tentar debelar a crise existente hoje entre o Congresso e o Planalto, uma junção de descontentamento com falta de liberação de emendas ao orçamento e demora na nomeação de indicados para estatais.
É comum a presidente e seus ministros serem abastecidos com informações que dão segurança quanto ao resultado de uma votação. Mas, quando o placar eletrônico é aberto, nada bate com o que os líderes disseram. Um dos exemplos mais usados pela presidente nos últimos dias para falar do problema na comunicação foi a votação do Fundo de Previdência do Servidor pela Câmara.