Sempre que leio sobre pessoas arrebatadas pela febre da dança, meu mundo parece pequeno demais. Ah, dançar a mazurca até meus colegas de salão serem forçados a me carregar para casa em uma maca improvisada ao amanhecer; ah, dispensar um convite para jantar com Scott e Zelda porque eu literalmente não consigo parar de dançar o charleston.
Estilos mais recentes como o country "achy-breaky" e a lambada não me atraíam em nada: um me fazia pensar em um cabelo "mullet à la ratazana"; a outra, em uma "surra pélvica". Até onde sei, Macarena quer dizer "sala ampla onde mulheres se maquiam" em português.
Mas, recentemente, comecei a fazer zumba, o fenômeno de dança e fitness que, na última década, em 125 países, fez 12 milhões de pessoas suar - desde Wyclef Jean até a escritora Susan Orlean.
Posso dizer, sem sombra de dúvida, que isso foi o mais perto que já cheguei de enlouquecer em termos de dança. Explico: há algumas semanas, quando fui a um elegante coquetel no edifício San Remo, fui convencido por um colega amante do vinho a ensaiar uma pequena coreografia de zumba, que chamo de Disco Pony. Fazendo um punho com a mão direita acima da cabeça, girei apoiado no pé esquerdo e dei uma pirueta de 360 graus. Como resultado, um garçom veio me repreender com um "Com licença, senhor!".
Minhas origens zumbeiras são humildes. Inicialmente, o que me trouxe até a Z, como a chamo, foi o desejo de me tornar mais flexível e ágil. Sim, fiquei impressionado com essa combinação de dança latina e exercício cardiovascular, que pode fazer você perder de 500 a mil calorias um uma hora de suor. Mas, minha principal motivação foi a vontade de remediar minha impassibilidade corporal. Às vezes me pareço com um Frankenstein, e há partes do meu corpo que não se mexem desde 1965.