O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), denunciou, na sexta-feira, os traficantes Marcio Santos Nepomuceno, o Marcinho VP, Elias Pereira da Silva, o Elias Maluco, e três advogados por associação para o tráfico.
Os dois traficantes já cumprem pena no Presídio Federal de Porto Velho, em Rondônia.
Os advogados Luiz Fernando Costa, Beatriz da Silva Costa de Souza e Flávia Pinheiro Fróes também foram denunciados por colaborar como informantes dos detidos, repassando orientações e ordens aos membros da facção criminosa Comando Vermelho.
- Vamos continuar investigando e, se houver outras pessoas envolvidas, sejam advogados ou não, vamos prosseguir com nosso trabalho - assegurou o procurador-geral de Justiça, Carlos Antonio Navega.
As denúncias foram recebidas pelo Juízo da 1ª Vara Criminal de Bangu, assim como os pedidos de prisão preventiva dos envolvidos - já decretados pela Justiça. Os três advogados são considerados foragidos pela Polícia.
Luiz Fernando, Beatriz e Flávia teriam orientado a prática dos crimes ocorridos no Rio de Janeiro a partir de 20 de novembro e a implantação da logística desses ataques, sugerindo a queima, com material inflamável e explosivo, de veículos públicos e privados e de estabelecimentos comerciais. Os advogados tinham livre acesso às dependências da penitenciária e mantinham conversas sigilosas e regulares com os presos.
Advogados eram monitorados
Os três passaram a ser monitorados pelo Setor de Inteligência do MPRJ e do Sistema Penitenciário do Estado. As duas advogadas, Flávia e Beatriz, foram flagradas, na última quarta-feira, em conversa telefônica autorizada pela Justiça, tratando de informações sobre os ataques. Além de advogado, Luiz Fernando é também presidente da Associação de Moradores da Comunidade Nova Brasília, no Complexo do Alemão, na Penha, área de influência do Comando Vermelho.
A denúncia cita também que os três infringiram normas éticas do Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
Os dois traficantes já cumprem pena por outros crimes e poderão ter aumento de seis a até 20 anos de prisão, a ser definido em julgamento. Caso condenados, os advogados poderão cumprir pena de cinco a 16 anos de prisão.
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